INTRODUÇÃO: As residências terapêuticas são moradias urbanas, destinadas às pessoas com sofrimento psíquico, sem suporte social ou vínculos familiares e egressas das longas internações em hospitais psiquiátricos. Este serviço compõe a estratégia de desinstitucionalização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), sendo fundamental para a reintegração social dos indivíduos e recuperação da sua cidadania. A visita técnica de acadêmicos nesse espaço proporciona a observação prática e a articulação com a teoria acerca das Redes de Atenção à Saúde (RAS) e suas particularidades de operacionalização no Sistema Único de Saúde (SUS), um conteúdo essencial na formação em enfermagem. OBJETIVO: Relatar a experiência de visita técnica realizada em um serviço residencial terapêutico. MÉTODO: Relato de experiência de acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, campus Caicó, no componente curricular de Saúde Coletiva. A vivência aconteceu em junho de 2024, acompanhada pelo docente da disciplina e guiada por roteiro norteador, contendo questões de caracterização do serviço e sua articulação com outros pontos da rede de atenção. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Observou-se que a residência terapêutica acolhe um grupo restrito de sete pessoas, entre homens e mulheres, que se tornaram desabrigadas após o fechamento do hospital psiquiátrico do município. O ambiente é familiar, organizado, acolhedor e oferece convívio mútuo. Os moradores compartilham afazeres domésticos e têm acesso a diversas atividades recreativas e de lazer, fundamentais ao resgate da autonomia e identidade social. Em conversas realizadas com os cuidadores, identificou-se a articulação da moradia com outros serviços de saúde, como CAPS III, Unidade Básica de Saúde e hospital, que permite aos moradores acesso às terapias e outros cuidados em saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A vivência possibilitou o conhecimento do serviço e sua importância para pessoas com sofrimento psíquico, além do movimento de integração ensino-serviço para discussão sobre RAS entre os acadêmicos de enfermagem. Destaca-se a relevância de se discutir sobre o assunto no itinerário formativo em saúde, aproximando os estudantes de espaços reais de trabalho do SUS como este, buscando a sensibilização e compreensão ampliada desse modelo de organização da atenção.