Introdução: a vivência de ouvir vozes, que outros não ouvem, é uma experiência vivida por inúmeras pessoas, com diversos significados, além de ser praticada em vários contextos socioculturais e em momentos históricos distintos (SOUZA, COUTO e KANTORSKI, 2018).Objetivo: Descrever o processo de implementação e consolidação do Movimento Ouvidores de vozes no Brasil e no mundo. Metodologia: Trata-se de uma revisão de Escopo. A partir da consideração da estratégia PICo, formulou-se a pergunta norteadora do estudo: " Como se deu a construção do Movimento Ouvidores de vozes no Brasil e no mundo?". A busca dos artigos foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO (Scientific Electronic Library Online e LILACS. Foram selecionados 12 estudos para análise. Resultados: Atualmente a dinâmica do cuidado é baseado no protagonismo e singularidade do sujeito, devido as modificações no processo de compreender, assistir e fazer saúde mental. Nesse interim, alguns métodos de enfrentamento às vivencias de sofrimento mental tornam-se mais evidentes em contextos socioculturais, históricos e políticos específicos e, em regra, trazem críticas aos saberes instituídos e rígidos no entendimento de que há variedades de possibilidades para minorar o sofrimento dos sujeitos. Os Grupos de Ouvidores de Vozes trazem semelhanças em certos aspectos propostos pelo movimento reforma psiquiátrica brasileiro que tem o intuito de possibilitar mudanças nas políticas, dispositivos de saúde e assistência, leis, a cultura profissional e popular que tratam sobre a doença e a saúde mental. Considerando que um dos propósitos do movimento social enquanto potência política é a capacidade de modificar a sociedade diante de um ou mais fenômenos. Assim sendo, podemos afirmar que o movimento do grupo de ouvidores de vozes executa um trabalho para aceitar ou minorar e reverter a vivência de exclusão social. Conclusão: Consideramos assim, que os grupos de ouvidores de vozes nascem como estratégias para a promoção e produção de novas alternativas em saúde, que sejam apaziguadoras para o sofrimento psíquico, bem como um importante movimento político e social. Estes dispositivos criam oportunidades para que os ouvidores estabeleçam uma convivência harmoniosa com suas vozes.