Introdução: O sistema socioeducativo é o espaço destinado a adolescentes em conflito com a lei para o cumprimento de medidas após atos infracionais. Tais espaços são permeados por uma cultura controversa quanto à garantia de direitos dessa população, sendo a saúde uma delas. Nesse cenário, o enfermeiro protagoniza ações de promoção à saúde numa perspectiva intersetorial. Dentre as principais atividades está a notificação de violências sofridas dentro dessas instituições. Neste sentido, a pesquisa possui os seguintes objetivos: Relatar a experiência do Enfermeiro em unidades de socioeducação no que tange à violência; Articular saberes forenses na prática do Enfermeiro do sistema socioeducativo. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de experiência a partir da rotina de Enfermeiros em unidades de socioeducação visando contribuir com saberes forenses acerca do manejo de casos de violência nesses cenários. Resultados: Este relato emergiu a partir das experiências vivenciadas em uma unidade socioeducativa do Rio de Janeiro, onde evidenciou-se a importância de se reforçar a vigilância das violências, com destaque no papel do Enfermeiro enquanto um dos principais membros da equipe multidisciplinar. Observou-se que o conhecimento de achados sugestivos desse fenômeno são contribuições importantes das ciências forenses para uma detecção precoce. In loco, é fundamental sistematizar fluxos que viabilizem a notificação desses agravos nesses espaços, gerando dados que permitam ações intersetoriais para prevenção dos mesmos e proteção dos adolescentes sob custódia do Estado. Conclusão: A equipe multidisciplinar, sobretudo a Enfermagem precisa estar atenta aos sinais de violência seja interpessoal, seja autoprovocada para buscar estratégias de enfrentamento junto às equipes das unidades visando a proteção de direitos humanos desses jovens.