INTRODUÇÃO: O acidente vascular cerebral (AVC) é um evento agudo, ocasionado por uma obstrução (AVC isquêmico) ou rompimento (AVC hemorrágico) das artérias que irrigam o cérebro. O AVC isquêmico é responsável por mais de 85% dos casos, e, se não tratado rapidamente, causa limitações permanentes. A trombólise endovenosa é uma valiosa opção de tratamento para o AVC isquêmico agudo, pois, se feita em tempo hábil, é capaz de restabelecer o fluxo sanguíneo nas áreas de isquemia que ainda não sofreram necrose. OBJETIVO: Relatar a experiência da administração de terapia trombolítica pelo enfermeiro, em uma Unidade de AVC. MÉTODO: Relato de experiência do tipo qualitativo. Realizado em uma Unidade de AVC, no interior do Ceará, durante o rodízio da Residência Multiprofissional de Neurologia e Neurocirurgia, entre abril e junho de 2024. A trombólise possui indicações específicas, sendo uma delas o tempo entre o início dos sintomas e administração do trombolítico de até 4 horas e meia e o enfermeiro é o responsável pela infusão das doses. RESULTADOS E DISCUSSÕES : A terapia trombolítica objetiva restaurar o fluxo sanguíneo nas regiões isquêmicas e representa a oportunidade de recuperação para os pacientes em janela terapêutica. Entretanto, seu uso implica riscos e complicações, como sangramentos e transformações hemorrágicas. Por isso, a infusão da alteplase é acompanhada à beira leito pelo enfermeiro. A administração da terapia trombolítica provocou no residente o entusiasmo pela possibilidade de reversão dos déficits neurológicos na vítima de AVC. A experiência da trombólise intensificou os sentimentos de autonomia e empoderamento, pois nesse momento o enfermeiro é o responsável por executar uma importante ação para a linha de cuidado do AVC. Os cuidados vivenciados na Unidade de AVC, principalmente a trombólise, exigem do enfermeiro uma postura organizada e sistematizada, é uma experiência que repercute na perspectiva profissional e pessoal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De modo geral, destaca-se a importância do enfermeiro no processo da trombólise, por ser o responsável pela administração do trombolítico, que deve ser feito de maneira precisa, com vigilância neurológica e monitoramento dos sinais vitais periodicamente durante e após a infusão. Assim, a experiência de participar da trombólise enquanto residente de neurologia e neurocirurgia é um privilégio e acrescenta vivências significativas na formação.