INTRODUÇÃO: A sífilis, causada pela bactéria Treponema Pallidum, é uma infecção sexualmente transmissível que pode acometer as gestantes e acarretar em grandes impactos para a mãe e o bebê. Com isso, entende-se a necessidade de analisar as condições associadas à incidência desta problemática nesse público. OBJETIVO: Caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis gestacional no Nordeste nos anos de 2018 a 2022. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico descritivo, desenvolvido por meio de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). A coleta de dados foi realizada a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A população estudada consistiu em todos os casos de sífilis durante o período de gravidez na região Nordeste. Aplicou-se o recorte temporal de 2018-2022 e foram analisadas as seguintes variáveis: UF de notificação, faixa etária, escolaridade e raça. Dessa forma, visto que os dados são de domínio público, este estudo dispensa aprovação em comitê de ética em pesquisa. RESULTADOS: Durante o período analisado, somaram-se 76.469 casos de sífilis gestacional na região Nordeste, sendo a 2º região do país com o maior número. O Estado da Bahia se destaca com (p = 25,32%; n = 19.392) casos, seguido por Pernambuco (p = 22%; n = 16.860). No que tange à faixa etária, mulheres de 20 a 39 anos (p = 74,8%; n = 57.211) foram as mais acometidas pela condição patológica. Em relação à raça, houve maior número de casos em indivíduos autodeclarados pardos (p = 70,6%; n = 53.988). Ademais, quanto à escolaridade, apesar do alto índice de informações ignoradas/branco (p = 27,53%; n = 21.054), aquelas com 5º ao 8º do ensino fundamental incompleto (p = 20,84; n = 15.943) se apresentaram como os mais vulneráveis. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Infere-se, portanto, que o perfil epidemiológico para sífilis gestacional na região Nordeste é caracterizado principalmente por mulheres pardas, de 20 a 39 anos, com 5º ao 8º do ensino fundamental incompleto. Sob essa ótica, observa-se que mulheres com baixo nível de escolaridade estão em situação de vulnerabilidade, o que permite a visualização da importância da implementação de políticas públicas sobre saúde sexual voltadas para o público com barreiras de acesso à educação.