Introdução: A terapia antirretroviral (TARV) reduziu a mortalidade, aumentou a sobrevida e permitiu que as pessoas com HIV (PHIV) tivessem relacionamentos e filhos. A meta 95-95-95 visa que até 2030, 95% das pessoas com HIV conheçam sua sorologia, 95% das pessoas que conheçam sua sorologia estejam em TARV e que 95% das pessoas em TARV tenham uma carga viral suprimida. Neste contexto, os métodos contraceptivos são importantes para PHIV. Objetivo: Identificar os métodos contraceptivos utilizados pelas PHIV. Método: Trata-se de um estudo transversal, com amostra de 190 PHIV atendidas em três ambulatórios do Ceará, Brasil, no período de janeiro a dezembro de 2023. Foram seguidas as diretrizes do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE). Critérios de inclusão: PHIV de ambos os sexos, maiores de 18 anos, em TARV há pelo menos seis meses. Os indivíduos que aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram entrevistados em ambiente privativo, utilizando-se o Formulário de Caracterização Sociodemográfica, Epidemiológica e Clínica para PHIV. A estatística descritiva foi realizada no Statistical Package for the Social Science versão 24.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Das 190 PHIV, 138 eram do sexo masculino (72,7%), cor da pele autodeclarada parda (67,3%), casados (54,2%), empregados (55,2%), com renda mensal maior que um salário mínimo (64,2%), heterossexuais (51,6%) ou homossexuais (48,4%). A maioria apresentava contagem de linfócitos T CD4+ superior a 350 células/mm3 (84,8%) e carga viral indetectável (87,9%). Do total, 155 PHIV (81,6%) utilizavam métodos contraceptivos, como preservativos (77,4%), preservativos e anticoncepcionais orais (2,7%), anticoncepcionais orais (0,5%), anticoncepcionais injetáveis (0,5%) e profilaxia pré-exposição (0,5%). Os tipos de preservativos foram o masculino padrão (79,7%), extrafino (3,2%), aromatizado (2,6%), texturizado (0,6%) ou extrafino com sabor (13,9%). Os motivos para não usar o preservativo foram: não gostar, achar desnecessário por ser soroconcordante, esquecimento e perda de sensibilidade. Conclusão: O método mais utilizado foi o preservativo masculino. É importante que os profissionais de saúde orientem as PHIV sobre a adesão à TARV para uma carga viral indetectável, o método contraceptivo mais adequado para cada situação, além do planejamento familiar.