
Anais - 26º CBCENF
Resumo
Título:
PERFIL DE MULHERES QUE BUSCARAM O SERVIÇO DE SEGURANÇA PÚBLICA APÓS VIVENCIAREM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Relatoria:
LUÍZA PEREIRA MAIA DE OLIVEIRA
Autores:
- Rosângela da Silva Santos
- Ana Claudia Mateus Barreto
- Thiago Quinellato Louro
- Lidiane da Fonseca Moura Louro
- Yonara Cristiane Ribeiro
Modalidade:
Pôster
Área:
Eixo 1: Assistência, gestão, ensino e pesquisa em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: Durante a pandemia COVID-19, o isolamento social foi considerado fundamental para proteger a saúde da população, contudo, foi um fator que agravou a violência doméstica, visto que pode ter impedido mulheres de fugir dessas situações e buscar ajuda. Objetivo: Traçar o perfil sociodemográfico de mulheres que vivenciaram violência doméstica durante a quarentena para Covid-19 e buscaram o serviço de segurança pública. Método: Pesquisa quantitativa, transversal, de caráter descritivo. Aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal Fluminense (CAAE: 45939421.1.0000.8160). Dados coletados por questionário nos meses de maio e julho de 2022. Amostra intencional com mulheres provenientes de mídias sociais. Foram incluídas mulheres com idade maior ou igual a 18 anos e excluídas aquelas não orientadas no tempo e espaço. Dados computados, armazenados e analisados em software através de tabelas, gráficos e quadros com frequências simples e percentual. Resultados/Discussão: Teve como participantes 278 mulheres das redes sociais. Verificou-se que 41,60% encontrava-se na faixa etária de 25 a 31 anos, 63% se autodeclararam pretas, 57,80% eram empregadas domésticas, 44,20% eram solteiras, possuíam parceiros e 59,10% conviviam com ele há mais de 4 anos, 61,2% tinham filhos. Quanto ao consumo bebidas alcoólicas, 63,6% consumiam bebidas alcoólicas, 70,10% dos parceiros também consumiam. Em relação a violência 45% foram vítimas algum tipo de violência pelo parceiro, apenas 17,5% procurou a delegacia. Considerações Finais: Considerando o recorte de raça/classe, observa-se que a violência atinge principalmente mulheres pretas, de baixa escolaridade e de renda mensal mais baixa. As mulheres de cor/raça preta estão mais susceptíveis a vivenciar à violência do que as demais mulheres em virtude das desigualdades sociais e da intersecção das inúmeras opressões que atravessam nossa sociedade tais como o patriarcado, o machismo, o racismo dentre outros. O período da pandemia dificultou o acesso das mulheres aos serviços públicos, principalmente os serviços de segurança, como a delegacia, por residirem em áreas de periferia e possuírem menos recursos financeiros. Há necessidade de expandir os discursos acerca da importância de denunciar a violência, bem como informar às mulheres acerca da importância da segurança pública com a finalidade de ser um facilitador na ruptura do ciclo de violência.