Introdução: A demanda por atendimento oncológico no Brasil tem apresentado um crescimento, sendo esperado pelo menos 704 mil novos casos de câncer a cada ano durante o triênio 2023-2025. O cuidado ao paciente oncológico é diferenciado e frequentemente marcado pela presença de feridas, seja devido ao desenvolvimento tumoral ao longo da doença ou pela proliferação das células nos últimos seis meses de vida. Os cânceres mais frequentemente associados à formação de feridas malignas incluem mama, cabeça e pescoço, rim, pulmão, ovário, cólon, pênis, bexiga, linfoma e leucemia. Essas feridas surgem devido ao crescimento desordenado e progressivo de células malignas que infiltram a pele, incluindo vasos sanguíneos e/ou linfáticos. Tais feridas podem ser originárias de tumores primários ou metastáticos, resultando em uma massa tumoral não cicatrizante suscetível à proliferação de microorganismos, necessitando de manejo específico. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por residentes de enfermagem em oncologia frente ao tratamento de feridas malignas. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre o período vivenciado pelas residentes de enfermagem no ambulatório de feridas especiais em um hospital referência em oncologia do estado de Pernambuco. Discussão: As feridas malignas são caracterizadas pela presença de sinais e sintomas como dor, exsudato abundante, odor fétido, sangramento, prurido e inviabilização de cicatrização tecidual. Além disso, podem ocorrer complicações como a progressão e evolução do tumor, dermatite perilesional associada à umidade, formação de fístulas e infestação por miíase. Para a realização dos curativos, é necessário o uso do soro fisiológico para higienizar a ferida, metronidazol pomada para o controle de odor e gaze estéril como cobertura. É válido ressaltar que a abordagem nas feridas malignas visa garantir conforto e bem-estar ao paciente, amenizando sintomas enquanto ele se encontra em estadiamento, período no qual se avalia a disseminação das células malignas para a escolha de um tratamento individualizado. Considerações finais: A experiência dos residentes de enfermagem no tratamento de feridas malignas enfatiza a necessidade de uma abordagem centrada no paciente, visando o alívio dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida. Com o aumento da demanda por atendimento oncológico no Brasil, a capacitação contínua é essencial para o manejo adequado dessas feridas com protocolos específicos.