INTRODUÇÃO: Historicamente, o planejamento e as ações de saúde direcionadas à gestação sempre estiveram centradas no corpo e nas vulnerabilidades da mulher e de seu filho, mantendo-se distanciado, o olhar sob os homens. A justificativa baseava-se na concepção de que os pais só vivenciavam a paternidade de forma tardia, após o nascimento dos filhos. Ao longo dos anos, a paternidade vem ganhando visibilidade e tornando-se mais evidente a importância de envolver o cuidado com o pai e o seu preparo para o exercício da paternidade responsável. Por outro lado, a análise de indicadores de saúde do homem evidenciam desigualdades de gênero, expresso numa menor expectativa de vida e elevada mortalidade masculina por doenças evitáveis. Este cenário desfavorável demonstra o menor cuidado dos homens com a própria saúde. OBJETIVOS: Refletir acerca da importância do engajamento do pai/parceiro no contexto do cuidado integral ao pré-natal no sistema único de saúde. MÉTODOS: Ensaio teórico do tipo reflexivo. Por se tratar de um artigo de reflexão, as referências teóricas, aqui, utilizadas foram indicadas pelas próprias autoras, levando em consideração a abordagem acerca do tema, independente do recorte temporal, por entender que se configuram em textos clássicos ao se tratar desse assunto. As reflexões estabelecidas neste estudo surgem, portanto, como ponderações das autoras acerca do cuidado de Enfermagem, as quais emergem também como estratégia de sensibilização acerca do tema. RESULTADOS: O pré-natal do pai/parceiro representa estratégia que promove a paternidade responsável, constituindo um caminho para a promoção da saúde do homem, por meio da ampliação do acesso e da qualificação das práticas de cuidado com a saúde integral do homem. No pré-natal do pai/parceiro é possível garantir meios para prevenção, rastreamento e diagnóstico de patologias. Prover testagens para investigação de doenças transmissíveis, realizar atualização de vacinas, proceder encaminhamentos necessários a serviços de maior complexidade, entre as ações que envolvem educação para a saúde, que acolhem a subjetividade dos usuários, considera suas vulnerabilidades e necessidades particulares e estilos de vida. CONCLUSÃO: O pré-natal da família, que integra o pai/parceiro, supera a concepção de que a gravidez constitui um momento restrito ao universo feminino e ao promover a inclusão dos homens, ampliam-se os benefícios das atividades assistenciais e de promoção à saúde no pré-natal.