Introdução: O planejamento reprodutivo deve garantir acesso aos diversos métodos contraceptivos reversíveis e aos métodos de esterilização voluntária, bem como assegurar esclarecimento sobre os mesmos, a fim de permitir o direito à escolha livre informada. Porém, há falhas no acesso e distribuição dos métodos reversíveis, e os métodos irreversíveis encontram obstáculos para sua efetivação, principalmente a laqueadura tubária. Objetivo: Analisar a produção científica sobre os obstáculos para a realização da laqueadura tubária. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, com amostra de 15 produções obtidas nas bases de dados: CINAHL, LILACS e SCIELO, realizada no mês de outubro de 2022. Não foi estabelecido previamente um recorte temporal. Os seguintes descritores foram empregados: tubal ligation or tubal sterilization or voluntary female sterilization or compulsory sterilization and reproductive health or family planning or family planning service. Os dados foram sistematizados em tabela Excel (título, autores, ano, periódico, objetivos, metodologia e principais resultados) e interpretados em categorias empíricas e comparados à luz de estudos embasados cientificamente. Resultados: Apesar da existência de legislações nacionais que regulamentam a realização de laqueaduras, o desrespeito às leis e normas regulamentadoras pelas instituições, municípios e profissionais são obstáculos para a garantia do acesso ao procedimento. Há negativa à laqueadura mesmo quando as mulheres que a solicitam se adequam aos critérios legais, por vezes, sob a justificativa de arrependimento das mesmas. A falta de infraestrutura e de recursos humanos qualificados, o não credenciamento dos hospitais para a realização do procedimento, os processos burocráticos morosos, a falta de acesso a informação sobre os critérios para a realização da esterilização feminina e as influências morais, políticas e religiosas também se mostraram como empecilhos adicionais à laqueadura. Conclusão: O estudo indica a necessidade de reflexões sobre a negligência aos direitos reprodutivos e a autonomia da mulher e incentiva mudanças nas práticas de planejamento reprodutivo, para obter eficácia na aplicação dos critérios legais. Além disso, por meio de estudos como esse, é possível identificar quais são esses obstáculos para que assim possa desenvolver medidas que facilitem o acesso para a realização da laqueadura tubária.