Introdução: Feridas crônicas são lesões de difícil cicatrização que estão associadas a condições vasculares e metabólicas, como lesões por pressão, úlceras venosa e arterial, assim como úlceras diabéticas. Diante disso, deve-se considerar a presença de biofilmes e sua interferência no tratamento, pois são considerados comunidades de microrganismos envoltos por matriz protetora que dificulta a ação de tratamentos convencionais. A partir disso, sua gestão é necessária para melhorar os resultados clínicos e acelerar a cicatrização. Assim, torna-se indispensável compreender a prevalência dos biofilmes em feridas crônicas para orientar profissionais de saúde quanto ao seu manejo adequado. Objetivo: Estimar a prevalência de biofilmes em feridas crônicas. Método: trata-se de uma revisão sistemática de estudos de prevalência com realização de metanálise. O protocolo do estudo foi registrado no PROSPERO (CRD420244526479) e estruturado de acordo com as diretrizes PRISMA. Além disso, os artigos foram pesquisados nas seguintes bases de dados: Scopus, Web of Science, Medline/Pubmed e Embase. A partir disso, foram coletados autor e ano das pesquisas, número total de lesões avaliadas, quantidade de lesões com biofilme, a bactéria detectada, nível de biofilme, país onde a pesquisa foi desenvolvida e qualidade metodológica dos estudos. Calculou-se metanálise utilizando efeitos de modelos randômicos utilizando o software R. Resultados: Foram recuperados 281 artigos, em que 198 analisados pela leitura do título e resumo e os estudos que restaram (n=50) que restaram tiveram o texto completo avaliado. Assim, após a leitura e aplicação dos critérios de exclusão, apenas 24 estudos foram incluídos. Os estudos incluídos na metanálise tiveram origem em 12 países, onde foram avaliadas 2.666 lesões com prevalência de 68% [IC95% 58%-79%, I2 =92%], com alta prevalência nas publicações da Ásia [73%, IC95% 58%-79%, I2 =98%], com presença de Staphylococcus aureus [71% IC95% 51%-90%, I2 =98%] e Pseudomonas aeruginosas [65% IC95% 47%-82%, I2 =98%]. Conclusões: Dos 24 artigos analisados, foi possível evidenciar uma prevalência de 68% de biofilme em feridas crônicas, sendo o continente asiático o mais presente nos estudos. Além disso, o Staphylococcus aureus foi o microrganismo de maior prevalência, apresentando altos níveis de biofilme. Apesar das assimetrias metodológicas dos estudos que compuseram esta revisão, indica-se que há um alta prevalência de biofilme em feridas crônicas.