Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Essas características geralmente já são observadas antes dos dois anos de idade da criança e o diagnóstico e a estimulação precoces tornam-se essenciais para o desenvolvimento e uma melhoria significativa na qualidade de vida deste indivíduo. Epidemiologicamente, o TEA é uma pandemia sem prevenção e sem precedentes. Na década de 70, para cada 5000 nascidos vivos, um tinha diagnóstico de autismo, 20 anos depois (década de 90), esta frequência aumenta para 1:500 nascidos vivos. Diante de um novo contexto social, onde a prevalência do diagnóstico é de 1(um) para cada 32 nascidos vivos, é determinante para o diagnóstico precoce que o enfermeiro, sobretudo o da atenção primária, tenha um conhecimento mínimo dos sinais deste transtorno, contribuindo assim para um tratamento adequado e consequente para o aumento dos níveis de qualidade de vida destas crianças. Objetivos: Criar instrumento de detecção precoce de sinais do TEA com base nos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais versão mais atualizada (DSM-5) para treinar enfermeiros da atenção primária para identificação precoce dos sinais do TEA. Métodos: Projeto de Pesquisa de campo, transversal, descritivo, utilizando o método quantitativo. O projeto tem três fases a saber: criação e validação do instrumento, treinamento da amostra para utilização do SAM-I e criação de um aplicativo que facilitará o acesso ao instrumento. O SAM-I inicial possui 45 requisitos para a identificação precoce do TEA. Resultados: O SAM-I foi revisado por pares (12 profissionais), sendo eles: 3 enfermeiros especialistas em TEA, 4 pediatras, 1 neuropediatra, 2 neuropsicólogos e 2 profissionais de educação física. Após a avaliação e correções chegou-se a um instrumento de 50 requisitos básicos para que o enfermeiro da atenção primária consiga minimamente detectar o TEA de forma precoce, principalmente nas Estratégias de Saúde da Família. Considerações Finais: O instrumento SAM-I atualmente está sendo aplicado por dois alunos de Mestrado em saúde, sendo a amostra enfermeiros da atenção básica. Um terceiro aluno, de Mestrado em Tecnologia da Informação, criou um aplicativo registrado como patente/modelo de utilidade para que a posteriori, seja disponibilizado em larga escala.