Introdução. As tecnologias da informação e comunicação têm se instalado cada vez mais nas várias esferas da sociedade atual, estando presentes desde a prática das tarefas mais simples até as mais complexas. As gerações atuais são colocadas nesse processo de evolução e, com isso, têm os instrumentos digitais ao seu alcance, de modo cada vez mais precoce. A exposição de crianças às mídias tem despertado um interesse no meio científico e gerado a necessidade de novos estudos sobre a influência dessa exposição em diversos aspectos, relacionados ao bem-estar e as dificuldades comportamentais e emocionais, o desenvolvimento social e a esfera cognitiva. Objetivo. Evidenciar os malefícios do uso excessivo de telas propondo intervenções de enfermagem que promovam um desenvolvimento saudável com base em estudos de neurociência. Método. Estudo descritivo, do tipo relato de experiência originado a partir do Projeto Integrador, componente curricular do curso de Bacharelado em Enfermagem de um Centro Universitário localizado em Campina Grande, Paraíba. Resultados e discussões. A primeira infância, período que abrange do nascimento aos cinco anos de idade, é uma etapa decisiva para o desenvolvimento físico, cognitivo, sensorial, educacional e comportamental do indivíduo. É nessa fase da vida que os cuidados com a saúde da criança precisam ser ainda mais adequados, pois o sistema nervoso central está se desenvolvendo rapidamente e as experiências vividas durante esta etapa podem influenciar fortemente diversos aspectos do que compõe aquele indivíduo, seja de maneira holística ou isolada, imediata ou ao longo da vida. Nesse cenário, o cuidado de enfermagem em saúde da criança e sua família se depara com a inserção dos dispositivos eletrônicos no dia a dia da primeira infância, o que resulta na necessidade de intervenções precoces e adequadas. Considerações finais: Diante do uso excessivo de dispositivos eletrônicos em idades precoces, é premente implementar intervenções baseadas na neurociência para regular o tempo de tela e prevenir efeitos negativos no desenvolvimento infantil. Propõe-se uma abordagem holística, incluindo restrições de tempo e brincadeiras estimulantes com participação parental. Essa abordagem, ancorada nos alicerces da neurociência, visa potencializar o desenvolvimento neurológico, social, emocional e cognitivo das crianças, protegendo-as dos riscos associados ao uso indiscriminado de telas em idade precoce.