INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica, que pode ocasionar deformidades e incapacidades, fator que leva ao estigma e descriminação. Desse modo, alguns fatores como baixo grau de escolaridade e a ausência de acompanhamento adequado dos contatos podem influenciar no diagnóstico precoce e aumento de complicações clínicas, como por exemplo a incapacidade física. OBJETIVOS: Analisar o percentual de portadores de incapacidades físicas apresentado por menores de 15 anos acometidos pela hanseníase e as suas características sociodemográficas e clínicas (classificação operacional, forma clínica notificada, modo de entrada, lesões cutâneas, reações hansênicas, grau de incapacidade ao diagnóstico e na cura). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, documental descritivo com abordagem quantitativa. Foram utilizados dados de fontes secundárias disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do período de 2018 a dezembro de 2023, realizado com casos confirmados e notificados de hanseníase em crianças e adolescentes, no município de Imperatriz, no estado do Maranhão. RESULTADOS: O total de notificados foram 81 casos de hanseníase, predominante do sexo masculino (64,20%), faixa etária de 10 a 14 anos (65,43%), raça/cor parda (56,79%), escolaridade da 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental (46,91%), classificação operacional multibacilar (66,67%), forma clínica dimorfa (60,49%), grau de incapacidade 0 no diagnóstico (69,14%) e na cura (48,15%). CONCLUSÃO: O diagnóstico é realizado tardiamente, uma vez houve predominância das classificações multibacilares e forma clínica dimorfa, além de Grau de Incapacidade Física (GIF) zero no momento do diagnóstico e na cura. É necessário intensificar e implementar ações de prevenção e controle da hanseníase voltadas para essa faixa etária.