Introdução: A COVID-19 provocou grandes impactos na saúde da população brasileira. Compreender as características sociodemográficas e clínicas dos pacientes afetados é crucial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento. Objetivo: Descrever as características sociodemográficas e clínicas de brasileiros diagnosticados com COVID-19 e sua associação com a hospitalização. Método: Estudo transversal, realizado com 391 pessoas residentes em dois Estados do nordeste do Brasil, diagnosticadas com COVID-19. A coleta de dados ocorreu por meio de um formulário de caracterização sociodemográfica e clínica. O link contendo o formulário para autopreenchimento foi enviado por aplicativo telefônico ou e-mail dos participantes, por meio do Software de monitoramento de pacientes com COVID-19 e outras síndromes respiratórias. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva e inferencial (Qui-quadrado de Pearson e razão de verossimilhança). Estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Resultados: Predominaram pessoas do sexo feminino (60,9%), com média de idade de 35,1±12,5 anos, pardos (55,8%), católicos (60,9%), ensino superior (46,8%), casados/união estável (47,8%), residentes em cidade do interior (63,7%) e renda familiar média de dois a três salários-mínimos (34,8%). Na avaliação das características clínicas, a maioria relatou alguma patologia antes do diagnóstico de COVID-19 (52,2%), destacando-se: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (12,3%), alergias respiratórias (16,6%), sobrepeso (15,6%) e diabetes mellitus (6,1%). Durante a fase aguda da COVID-19, a maioria foi sintomático (84,7%), com 12,8% sendo hospitalizados e 10,0% utilizaram oxigênio. Observou-se associação significante entre o sexo masculino (p=<0,0001), ter ensino fundamental (p=0,033), ser divorciado/separado (p=0,008), apresentar alguma patologia (p=<0,0001), HAS (p=0,002), diabetes (p=<0,0001) e ter sido hospitalizado. Considerações finais: As características sociodemográficas predominantes foram mulheres jovens, pardas, com ensino superior e residentes em cidades do interior. Além disso, a presença de comorbidades como hipertensão e diabetes aumentaram a susceptibilidade à hospitalização. Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/DECIT/ Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Chamada N 21/2023 - Estudos transdisciplinares em Saúde Coletiva. Processo 445654/2023-6.