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Anais - 26º CBCENF

Resumo

Título:
CONTEXTO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DA TRANSMISSÃO MATERNO-FETAL DO TRIPANOSSOMA CRUZI NO BRASIL
Relatoria:
Amanda Alves De Oliveira
Autores:
  • Filipe Melo da Silva
  • Camila Danielly Matos Silva
  • Dais Nara Silva Barbosa
  • Ana Caroline Carvalho de Sá Coelho
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Eixo 1: Assistência, gestão, ensino e pesquisa em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: O Trypanosoma cruzi (T. cruzi) é o agente causador da doença de Chagas. Sua transmissão ocorre por triatomíneos em ambientes naturais, embora também possa ser transmitido de forma congênita. Gestantes e seus fetos são vulneráveis à infecção, sendo preocupante que a doença seja assintomática no início, dificultando o diagnóstico precoce. No entanto, recém-nascidos podem ser curados se diagnosticados e tratados a tempo. A Doença de Chagas congênita (DCC) emergiu como um problema de saúde em países endêmicos e não endêmicos, e apesar da subnotificação, estima-se que cerca de 2 milhões de mulheres em idade fértil estejam infectadas com T. cruzi, com 1-10% dos fetos nascendo com a doença. A transmissão pré-natal e perinatal ocorre em 53% das mulheres infectadas durante a gravidez, tornando a DCC um problema de saúde pública mundial. OBJETIVOS: Descrever o contexto clínico e epidemiológico da transmissão materno-fetal do Tripanossoma cruzi no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, com abordagem quantitativa, abrangendo o Brasil de 2011 a 2021. A variável dependente foi os casos de doença de Chagas aguda em gestantes e transmissão vertical, notificados pelo SINAN/DATASUS. As variáveis independentes incluíram ano de notificação, faixa etária, sexo, raça, modo de infecção, estado, local, trimestre gestacional, critério diagnóstico e via. Os dados foram extraídos e tabulados no Microsoft Excel 2010, apresentados em valores brutos e percentuais. RESULTADOS: Os resultados mostram que 90 gestantes foram notificadas no Brasil, com o período de gestação ignorado predominando (53,3%), seguido do 2° (17,7%) e 3° trimestres (15,5%). A maioria das notificações ocorreu no Pará (69,3%), seguido do Amapá (2,7%). A faixa etária predominante foi de 20 a 39 anos (35,1%), com infecção oral (57,6%) e no domicílio (42,3%). Quanto à transmissão vertical, foram notificados 11 casos, principalmente em São Paulo (54,5%) e Pará (18,1%). Dentre estes, 50% dos locais de infecção foram ignorados e 25% ocorreram no domicílio. A maioria dos casos foi notificada em menores de um ano (82%), confirmada laboratorialmente (82%), evoluindo para vivo (82%), de raça branca (63%) e sexo feminino (63%). CONCLUSÃO: A transmissão materno-fetal do Trypanosoma cruzi é um desafio e pode causar complicações graves. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e melhorar o prognóstico dos recém-nascidos.