Introdução: A violência obstétrica é um problema grave e multifacetado que afeta gestantes em todo o mundo. No contexto da urgência e emergência obstétrica, a presença de práticas violentas prejudica a saúde da mãe e do nascituro. Objetivos: Analisar a frequência de casos identificados e relatados por enfermeiros na urgência e emergência obstétrica e destacar as falas dos profissionais de enfermagem acerca do assunto, visando manter o cuidado integral e o respeito às parturientes. Método: Revisão integrativa da literatura em 6 etapas, realizada entre agosto e outubro de 2023, nas bases de dados SciELO e BVS. Utilizou os descritores "Violência Obstétrica", "Urgência" e "Emergência", onde foram incluídos artigos completos, gratuitos, em português, publicados entre 2017 e 2023. Desconsiderou-se estudos em língua estrangeira, disponíveis gratuitamente apenas em resumo, publicados antes de 2017 ou que não fossem pertinentes ao objetivo deste estudo. De 486 trabalhos identificados nas bases de dados, 10 foram elegíveis aos critérios de inclusão para a leitura na íntegra. Resultados/Discussões: Após a análise emergiu-se as classes temáticas: “Medidas Adotadas pelos Enfermeiros na Identificação e no Atendimento à Mulher Vítima de Violência Obstétrica” e “Falas dos enfermeiros sobre violência obstétrica”. Os enfermeiros desempenham um papel vital na promoção do bem-estar da mulher e na prevenção da violência obstétrica por meio de educação, apoio integral desde o pré -parto até o puerpério e a realização de boas práticas pelos profissionais. Na literatura, observou-se que profissionais da enfermagem não reconhecem determinados procedimentos como violência obstétrica e quando possuíam a ciência sobre isso, justificam sua aplicação como medidas padronizadas pelo hospital. Têm-se como exemplo disso a manobra de Kristeller, o soro com Ocitocina e a cesariana enquanto o tipo de parto mais “fácil” para os profissionais, pois possibilita determinada previsibilidade. Considerações finais: Apesar de fornecer insights valiosos sobre as práticas dos enfermeiros na identificação e atendimento à violência obstétrica, esta pesquisa revela a necessidade premente de estudos mais específicos na urgência e emergência obstétrica, bem como a importância de legislação direcionada para punir a violência obstétrica e promover práticas de assistência integral e respeitosa.