Introdução: A febre chikungunya (CHIKV) é ocasionada pelo vírus Chikungunya, sendo considerado uma arbovirose cujo vetor é o Aedes aegypti ou Aedes Albopictus. A manifestação clínica apresenta-se com quadro febril, poliartralgia e cefaleia, podendo evoluir para uma incapacidade física temporária, cronificação e óbito. O vetor é difuso em áreas com condições precárias de saneamento, alta densidade populacional, climas tropicais, condições socioeconômicas desfavoráveis, o que favorece a disseminação da doença, gerando um problema de saúde pública. No Brasil, em 2022 foram registrados 174.517 casos, e a região Nordeste apresentou a maior taxa de incidência, com 257,4 casos novos/100 mil habitantes. Objetivo: Analisar a tendência temporal dos casos notificados de CHIKV no Brasil, no período de 2017 a 2023. Método: Estudo ecológico com análise de série temporal dos casos notificados de CHIKV no Brasil, segundo regiões e Unidade de Federação (UF), entre o período de 2017 a 2022. Os dados obtidos foram do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. Ademais, para a análise de tendência temporal considerou-se a regressão de Prais-Winsten, sendo executado no software Stata 11.1. Resultados/discussão: Foram elegíveis 1.297.129 casos notificados e registrados Chikungunya no período de 2017 a 2023. Houve predominância dos casos na população infantojuvenil de 0 a 19 anos com a taxa média de 60,4 a cada 100 mil habitantes. As variáveis faixa etária, raça/cor, sexo e região apresentaram-se estacionária ao longo dos anos estudados. Dentre as 27 Unidades de Federação, 5 delas apresentaram tendência crescente, sendo o Distrito Federal, Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Santa Catarina. Considerações Finais: Embora a Chikungunya tenha apresentado tendência estacionária na maioria das variáveis, os resultados mostram o predomínio dessa arbovirose no território brasileiro, com elevado número de casos durante o período de estudo, o que indica que mesmo com as medidas de controle e combate, essa arbovirose ainda é importante problema de saúde pública, sendo necessário o aprimoramento de ações mais efetivas de prevenção e controle dessa doença.