INTRODUÇÃO: A OMS reconhece a importância da redução das intervenções desnecessárias no processo do parto e da oferta do máximo bem-estar, humanização e respeito à parturiente. Entretanto, observa-se que em algumas realidades ainda é rotina, o uso de determinadas práticas, vistas como inapropriadas, segundo as evidências científicas, como por exemplo, a episiotomia e a ocitocina de rotina e amniotomia precoce. Assim, com o objetivo de transformar a assistência ao parto e ao nascimento, no Brasil, foi instituída a Rede Cegonha e com ela os Centros de Parto Normal (CPN). O Enfermeiro Obstetra (EO) é o coordenador do cuidado no CPN, atuando segundo as evidências, com humanização e centrado na parturiente. OBJETIVO: Relatar a experiência de uma residente em enfermagem obstétrica no CPN de uma maternidade de referência no estado do Rio Grande do Norte. MÉTODO: Estudo de caráter reflexivo e descritivo, do tipo relato de experiência sobre a vivência em um CPN de um Hospital Universitário, ocorrida de 14/03/2024 à 30/04/2024. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Durante a experiência, observou-se a atuação da equipe multiprofissional inserida no CPN, se contrapondo ao modelo biomédico, coordenada pelo EO, sendo este um agente defensor da humanização e das boas práticas baseada em evidências, demonstradas através dos métodos não farmacológicos, como: banho morno, massagem, compressa morna, penumbra, aromaterapia e cromoterapia, além da diminuição de intervenções, utilizadas apenas de forma oportuna e adequada. O EO possui autonomia e capacidade de resolução, principalmente em correções de lacerações pós parto e em distócias de ombro, resolvidas em sua grande maioria por ele. Como coordenador do cuidado, também possui consciência sobre a importância da equipe de retaguarda, especialmente em distócias complicadas e demais complicações obstétricas. Além dos conhecimentos adquiridos, pode-se experienciar assistência ao abortamento legal, assistência ao recém-nascido em condições ruins e hipertensão gestacional com iminência de eclâmpsia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O EO executa um papel importante na assistência ao parto de risco habitual, sendo o líder da assistência ao direcionar a equipe para uma assistência segura e baseada em evidências científicas, ademais, permitindo o fortalecimento das boas práticas. Diante da importância desse profissional, a Residência em Enfermagem Obstétrica adentra esse cenário para maior qualificação profissional e maior expansão das boas práticas.