Introdução: A hanseníase é uma doença dermatoneurológica crônica, infectocontagiosa e de progressão lenta, causada pelo Mycobacterium leprae que está associada à pobreza e ao acesso precário à moradia, alimentação, cuidados de saúde e educação. Seus principais sinais se caracterizam por lesões de pele e nervos periféricos, podendo gerar incapacidades físicas e deformidades. O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos da doença e Pernambuco (PE) é o terceiro estado do país com maior número de casos. Diante desse cenário, faz-se necessária a realização de ações estratégicas que fortaleçam o enfrentamento da doença em âmbito social, acadêmico e institucional. Objetivo: Este relato objetiva compartilhar a experiência de acadêmicos de enfermagem em ações de mobilização, capacitação de Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e atividades de educação em saúde, como estratégia para promover o diagnóstico precoce, empoderamento social e reduzir estigmas em torno da doença. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência das ações do subgrupo de vigilância em saúde pertencente ao Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Cuidado, Práticas sociais e Direito à Saúde das Populações Vulneráveis (GRUPEV) da Universidade de Pernambuco. As ações ocorreram em 2023, nos municípios do Recife e Paulista. Resultados/discussão: Foram realizadas 25 atividades, incluindo 9 ações de educação em saúde e busca ativa de casos, 3 capacitações de ACSs, 2 produções de materiais educativos distribuídos em grupos e 8 trabalhos publicados em eventos científicos. As atividades foram realizadas junto a profissionais da área e voluntários afetados pela hanseníase, visando ampliar o acesso ao diagnóstico e às informações sobre a doença. Resultaram em detecção de casos suspeitos, posteriormente encaminhados para diagnóstico e tratamento, e discussões com materiais ilustrativos produzidos pelo grupo. Algumas ações incluíram testagens rápidas para ISTs e atualização vacinal. Considerações finais: Nesta perspectiva, as ações desenvolvidas pelo grupo corroboram na busca pelo conhecimento, na detecção de casos em fase inicial e despertar o autocuidado dos usuários permitindo-lhes perceber mudanças no próprio corpo. Ainda, favoreceu a compreensão multidisciplinar no processo de saúde e doença. Cabe salientar que os esforços para o enfrentamento da hanseníase não devem ser pontuais, mas sim contínuos, abrangendo de forma constante a população.