Introdução: O suicídio é uma vultosa óbice em saúde pública no Brasil e no mundo, tendo consequências individuais e coletivas. Sendo essa uma forma de violência autodirigida, o suicídio é entendido como a cessação intencional da própria vida. Dentre as formas de suicídio, a intoxicação exógena ocorre quando um organismo vivo entra em contato com substâncias nocivas, acarretando uma sintomatologia clínica desfavorável. Os agentes tóxicos mais comuns são medicamentos, agrotóxicos e produtos químicos de uso domiciliar. Nos últimos 15 anos, as intoxicações perduram como questão de destaque para a saúde pública no país. Registros de notificações anuais apontam tendência de aumento, mesmo antes do evento pandêmico de COVID-19, contudo, houveram reduções significativas no primeiro biênio da pandemia. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico das tentativas de suicídio por intoxicação exógena no Brasil. Metodologia: Revisão integrativa realizada nas bases de dados incluídas no sítio da Biblioteca Virtual de Saúde - BVS durante o mês de junho de 2024. Foram utilizados os descritores: “Tentativa de suicídio”, “Intoxicação” e “Epidemiologia” interligados pelo operador boleano AND. Foram incluídos artigos publicados no período de 2019 a 2024 e o resultado foram 132 artigos completos. Resultados e discussão: Foram elegíveis para leitura na íntegra seis artigos, dos quais quatro foram incluídos na amostra. Com base na leitura realizada, os casos incluíram homens e mulheres adultos jovens com baixa instrução, desempregados, trabalhadores informais ou autônomos e agricultores. Em média, 46,4% dos casos eram solteiros. Entre 2013 e 2017, 5.624 intoxicações exógenas autoprovocadas foram notificadas no Estado do Rio Grande do Sul. A amostra foi composta principalmente por mulheres de idade entre 30 e 59 anos, com ensino fundamental incompleto, residindo em áreas urbanas e ocorrendo na própria residência. Considerações finais: Os resultados destacam que a intoxicação exógena continua a ser o método de escolha na tentativa de suicídio, especialmente entre os adultos jovens desempregados ou com trabalho autônomo. Esses dados apontam para vulnerabilidades socioeconômicas que podem contribuir para esse tipo de comportamento autodestrutivo. A análise do perfil epidemiológico apresentado reforça a urgência de abordagens integradas e coordenadas para prevenir o suicídio e promover a saúde mental da população em risco, para redução do impacto desse problema de saúde pública.