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Anais - 26º CBCENF

Resumo

Título:
VULNERABILIDADE SOCIAL DE PESSOAS AFETADAS PELA HANSENÍASE EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA DE PERNAMBUCO
Relatoria:
Maria Luiza Maia Guimarães
Autores:
  • Victoria Regina Arcanjo Lins
  • Rayssa Maria Almeida e Silva
  • Raphaela Delmondes do Nascimento
  • Maria Geórgia Torres Alves
  • Jonathan Wedson da Silva
Modalidade:
Pôster
Área:
Eixo 1: Assistência, gestão, ensino e pesquisa em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A hanseníase, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, é endêmica no Nordeste e em Pernambuco. Além dos desafios clínicos, os afetados enfrentam estigma social e exclusão, e muitos permanecem vulneráveis mesmo após a cura. Diante disso, o presente trabalho levanta a questão: "Quais são as principais vulnerabilidades sociais enfrentadas pelas pessoas afetadas pela hanseníase em uma unidade de referência de saúde em Pernambuco?". Objetivo: Analisar a vulnerabilidade social de pessoas afetadas pela hanseníase em uma unidade de referência em Pernambuco. Metodologia: Trata-se de um estudo survey, descritivo e quantitativo, realizado no Hospital Otávio de Freitas, em Pernambuco. Incluiu pessoas em tratamento ou reabilitação, maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que compareceram à unidade nos meses de janeiro e fevereiro de 2024. A coleta de dados foi feita por um questionário sociodemográfico e clínico com 38 itens, e os dados obtidos foram tabulados no Microsoft Excel®. A pesquisa faz parte do projeto “Vulnerabilidades de Pessoas Acometidas pela Hanseníase em Pernambuco”, aprovado pelo Comitê de Ética PROCAPE/UPE (CAE 68771423.6.0000.5192). Resultados: Os participantes foram majoritariamente homens (56,67%), entre 45 a 54 anos (30%), pretos ou pardos (80%), com baixa escolaridade (40% não completaram o ensino médio). A maioria recebe até um salário mínimo, tanto individualmente (56,67%) quanto familiarmente (50%), e 80% são beneficiários de programas de transferência de renda do governo. As ocupações mais comuns são aposentados (50%) e desempregados (33,33%). Clinicamente, a maioria apresenta a forma multibacilar da hanseníase (93,33%) e incapacidades físicas (83,33%). Apesar de todos terem acesso a unidades de saúde, 40% relataram interrupção no tratamento. A maioria convive com a hanseníase há pelo menos 13 meses (86,67%), e 57,69% desse grupo há pelo menos 49 meses. Esses dados evidenciam a necessidade de políticas públicas mais eficazes para melhorar a continuidade do tratamento e apoio socioeconômico a essa população vulnerável. Conclusão: A pesquisa revela um perfil de vulnerabilidade das pessoas acometidas pela hanseníase, marcado por desigualdades socioeconômicas e dificuldades no acesso contínuo ao tratamento. Os achados sublinham a importância de políticas públicas direcionadas a reduzir essas desigualdades e fortalecer a rede de apoio social e de saúde para melhorar a qualidade de vida dos afetados pela hanseníase.