Introdução: A distribuição geográfica COVID-19 envolve dados demográficos, mobilidade populacional e meio ambiente, com padrão de transmissibilidade muito heterogêneo nos diferentes países ou regiões e variabilidade ao longo do tempo. Objetivo: Analisar a distribuição geoespacial dos casos de hospitalização por COVID-19 no Município de Rondonópolis, MT. Métodos: Estudo ecológico dos casos de internação por COVID-19, no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022, no Hospital Municipal de Rondonópolis, MT. Os dados foram coletados do Sistema Indica SUS, da Secretaria de Estado de Mato Grosso. Os casos foram georreferenciados a partir das informações do endereço de residência. Para a análise de agregação espacial e elaboração dos mapas temáticos utilizou-se o software QGIS. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller, Universidade Federal de Mato Grosso, Número do Parecer: 4.418.798. Resultados: No período em estudo, foram registrados 1.597 casos de internações por COVID-19 no Hospital Municipal Antônio dos Santos Muniz, 988 (61,86%) foram excluídos por não apresentarem informações sobre o endereço de residência, resultando em um total de 607 casos (38,00%) a serem analisados por georreferenciamento. O agrupamento de maior ocorrência de hospitalização por COVID-19 ocorreu na região central do município, no bairro Centro. Em 12 bairros observou-se um elevado número de hospitalizações, todavia esses estão distribuídos pelas regiões sul, leste e centro-oeste do município. Em 85 bairros do município não observou-se nenhum registro de hospitalização por SARS-CoV-2, esses estão, em sua grande maioria localizados na periferia da cidade. As áreas de maior e menor ocorrência estão bem delimitadas e geograficamente opostas. Considerações Finais: O estudo revelou uma distribuição geoespacial heterogênea dos casos de hospitalização por COVID-19 em Rondonópolis, MT, com maior concentração de hospitalizações na região central do município, Estes achados evidenciam disparidades significativas na distribuição de casos, sugerindo que áreas centrais e mais acessíveis podem ter uma maior prevalência de casos graves. Este estudo destaca a necessidade de intervenções regionais específicas e a implementação de estratégias de saúde pública que levem em consideração as desigualdades demográficas.