Introdução: Transmitidas principalmente por mosquitos, as arboviroses são doenças virais que ameaçam a saúde de quase 4 bilhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, há ampla circulação urbana dessas enfermidades transmitidas pela picada do Aedes aegypti infectado. Objetivos: Realizar análise epidemiológica dos casos de dengue e chikungunya em Petrolina-PE, no período de 2019 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico com abordagem quantitativa, do tipo descritivo, observacional e retrospectivo, que utilizou dados obtidos por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A amostra incluiu todos os casos confirmados de dengue e chikungunya em Petrolina-PE no período de 2019 a 2023. Este recorte temporal justifica-se pelo uso da mesma ficha de notificação do Ministério da Saúde para ambas as arboviroses. Resultados: No ano de 2020, registrou-se o maior número de casos de dengue, alcançando 2.326 registros e uma taxa de incidência de 656,5 por 100 mil habitantes. Em 2022, foram identificados 825 casos de chikungunya, com uma taxa de incidência de 213,3 por 100 mil habitantes. Observou-se que o sexo feminino foi mais afetado por essas arboviroses, apresentando uma probabilidade 0,34 vezes maior de ser afetado por chikungunya e dengue em comparação ao sexo masculino. A faixa etária predominante foi entre 20 e 59 anos. A raça parda teve o maior número de casos confirmados, totalizando 2.945 registros. Em relação à escolaridade, os indivíduos com ensino médio completo foram os mais afetados. Os sintomas mais comuns em ambas as arboviroses foram febre, mialgia e cefaleia, enquanto exantema, náusea, dores nas costas e retroperitoneais foram mais frequentes em casos de dengue. Além disso, 85 gestantes foram afetadas por essas doenças, e três óbitos relacionados à chikungunya foram registrados. Conclusão: Foram encontradas informações significativas acerca da ocorrência de casos confirmados das respectivas arboviroses em Petrolina-PE. Embora os dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) sejam essenciais, limitações associadas ao uso de dados secundários podem subestimar a real magnitude dos casos. Futuras pesquisas poderiam explorar demais aspectos que influenciam a disseminação dessas arboviroses em contextos urbanos como Petrolina-PE.