INTRODUÇÃO: O Brasil possui um modelo de atenção ao trabalho de parto e nascimento caracterizado pelo uso excessivo de intervenções obstétricas e neonatais. Essas intervenções, quando empregadas de maneira rotineira ou sem embasamento na melhor evidência científica, estão associadas a desfechos maternos e perinatais negativos. Iniciativas de qualificação desse modelo, fundamentadas no uso apropriado da tecnologia e na mobilização social, vêm buscando transformar essa realidade. Nesse contexto, para promover a melhoria da qualidade da atenção ao parto e nascimento, o Ministério da Saúde criou em 2011 a Rede Cegonha, visando enfrentar a mortalidade materna e neonatal, a violência obstétrica e a baixa qualidade da atenção ao parto. Através dessas mudanças, a sala de parto humanizado dentro das maternidades surge como uma forma de integrar o que é proposto pela Rede Cegonha, pela Política Nacional de Humanização (PNH) e pelas Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal. OBJETIVO: Relatar a experiência prática vivida no setor obstétrico de um Hospital Materno-Infantil municipal. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido por discentes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), durante as vivências práticas da disciplina “Saúde da Mulher e Gênero”, em maio de 2024, no setor obstétrico do Hospital Materno-Infantil municipal de Juazeiro - BA . RESULTADOS: A vivência dos graduandos no setor obstétrico, com ênfase em sala de parto, contribuiu para que os discentes pudessem aprimorar as suas habilidades técnicas em conjunto com a teoria sobre assistência de enfermagem ao parto baseada em evidências. Além disso, desempenharam ações relativas à: acolhida da parturiente e seu acompanhante, com oferta de apoio emocional ao longo do partejar e pós-parto, monitoramento do bem-estar materno e fetal, procedimentos relativos à assistência de enfermagem ao trabalho de parto e nascimento, com embasamento nas boas práticas de atenção preconizadas e aplicabilidade dos métodos não-farmacológicos para alívio da dor (uso da bola suíça, banho de aspersão, massagem lombar, musicoterapia, dentre outros). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A prática contribui para uma formação de profissionais responsáveis, com atuação pautada na segurança frente às demandas dos serviços de saúde e compromissados com o objetivo de garantir uma assistência de qualidade, humana e respeitosa à comunidade.