Introdução: A separação materna (SM) configura-se como um evento estressante no início da vida, podendo impactar o desenvolvimento do sistema imunológico. Experimentos com animais submetidos ao protocolo de SM relacionam a experiência e as consequências sobre o sistema imune ocasionado por esse estresse, evidenciando as alterações fisiológicas que podem impactar negativamente na proteção da imunidade do indivíduo. Objetivo: Analisar os efeitos da separação materna sobre o sistema imune. Metodologia: O estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura. As buscas foram realizadas no período de 7 a 26 de junho de 2024, nas bases de dados PubMed, MEDLINE e (Scielo). Foram utilizados os descritores "maternal deprivation", "maternal separation" e "immune system", utilizando o operador booleano "AND". Inicialmente, 106 artigos foram achados nas bases de dados quando pesquisado, tendo 26 artigos duplicados, ficando com 80 artigos para a leitura dos títulos. Após leitura dos títulos, 18 artigos foram selecionados para leitura dos resumos, aplicando os critérios de inclusão e exclusão, no qual 8 artigos foram escolhidos para a leitura na íntegra. Após leitura completa, 3 artigos foram incluídos para extrair dados relevantes para o objetivo da pesquisa. Resultados e Discussões: Os estudos incluídos apontam que a separação materna promove uma série de alterações morfofuncionais no sistema imune. Animais submetidos à SM apresentam aumento de corticosterona, de proteína CD45 e aumento na população de linfócitos T auxiliares/citotóxicos no baço. Já no timo, a SM promove a redução do peso do órgão, bem como das populações de linfócitos T citotóxicos. Adicionalmente, observou-se que os linfócitos T citotóxicos exibem aumento nas fêmeas submetidas à SM enquanto os linfócitos T auxiliares aumentaram nos animais machos. Considerações finais: Os estudos constatam que a SM em modelos experimentais é capaz de promover alterações nos níveis populacionais de células imunológicas, que podem refletir em desregulação na resposta imunológica adaptativa. Dado o modelo, estes achados podem ser transpostos a humanos. Desta forma, o papel do profissional da enfermagem na orientação sobre a necessidade da interação entre a mãe e o filho, torna-se primordial, tanto para fortalecer o vínculo como para impactar positivamente no sistema imune.