INTRODUÇÃO: Pessoas transgênero não se identificam biológica e socialmente com o gênero que lhes foi atribuído ao nascimento e possuem necessidades de saúde que precisam ser atendidas. Para tanto, os profissionais atuantes na Atenção Primária à Saúde (APS), dentre eles o enfermeiro, devem garantir assistência integral a essa população. Contudo, ainda existem barreiras que impedem acesso a serviços qualificados. OBJETIVOS: Identificar, conforme a literatura científica, o papel do enfermeiro no acesso à saúde de pessoas transgênero na atenção primária à saúde. MÉTODO: Trata-se de revisão de literatura realizada em junho de 2024 a partir de busca realizada na Biblioteca Virtual em Saúde, na Scientific Electronic Library Online (SciELO) e na base de dados Medline via Pubmed. Utilizou-se os descritores ‘‘nursing care’’, ‘‘transgender persons’’ e ‘‘primary health care’’ cruzados com o operador booleano AND. Foram encontrados 130 resultados e utilizou-se os filtros: idioma (português e inglês) e recorte temporal (últimos cinco anos) e foram identificados 102 estudos. Foram excluídos 91 artigos que não respondiam ao objetivo do estudo, artigos repetidos e os não disponíveis para download gratuito, sendo a amostra composta por 11 estudos. Os dados foram analisados, apresentados descritivamente e discutidos com a literatura. RESULTADOS: A análise dos estudos evidenciou que o enfermeiro tem importante papel no acolhimento de pessoas transgênero, já que muitas delas evitam procurar o serviço de saúde frequentemente devido ao medo de preconceito e desrespeito. Dessa forma, é crucial construir um vínculo a fim de garantir o acesso e a adesão desta população aos serviços de saúde, visto que proporciona cuidado humanizado e realização de ações individuais e coletivas em saúde. No entanto, percebe-se deficiência no processo formativo dos enfermeiros que limitam suas competências para a assistência a essa população o que aponta a necessidade de qualificação para uma abordagem respeitosa e inclusiva e garantir um cuidado efetivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com base nos resultados encontrados, conclui-se que facilitar o acesso de pessoas transgênero à APS é uma atividade intrínseca ao trabalho do enfermeiro, sendo fundamental promover um cuidado humanizado. Destaca-se a importância da educação permanente em saúde com o intuito de garantir cuidado efetivo às necessidades de saúde dessa população.