Introdução: A violência pelo parceiro íntimo é um fenômeno reconhecido internacionalmente como um problema social e de saúde pública, que pode atingir mulheres de todas as idades, classes sociais, grupos raciais e graus de escolaridade. Diante das repercussões do fenômeno, as mulheres adotam estratégias de enfrentamento do fenômeno a fim de romper com a vivência do agravo e reestabelecer a protagonismo e o cuidado individual. Objetivo: Desvelar as estratégias utilizadas pelas mulheres no enfrentamento da violência conjugal. Método: Estudo qualitativo, realizado com 14 mulheres maiores de 18 anos, com história de violência pelo parceiro íntimo e assistidas pela Ronda Maria da Penha e/ou pelo Centro de Referência da Mulher Mãe Sulinha (CRM), ambos localizados no município de Senhor do Bonfim, Bahia, Brasil. Os dados foram coletados no período de março a junho de 2023, por meio de entrevistas individuais e dois grupos focais e teve o apoio de instrumento semiestruturado e gravador de voz. O material audiogravado foi transcrito na íntegra no programa Microsoft Word e analisado à luz da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, sob parecer n. 5.987.370. Resultado: As 14 participantes tinham idade de 27 a 55 anos e média de 40 anos. A maioria se autodeclarou negra, evangélica, com ensino médio completo, com filhos e residir em casa própria. Em sua maioria, não possuía vínculo trabalhista e tinha como renda principal o trabalho informal, o que direcionava para uma renda mensal baixa, inferior a um salário-mínimo. As narrativas das mulheres retratam que o enfrentamento da violência conjugal é norteado por estratégias relacionadas a busca do fortalecimento individual e a adoção de estratégias para reduzir ou não vivenciar os episódios de violência pelo parceiro íntimo. Considerações finais: As narrativas apontam que as mulheres adotam importantes estratégias no enfrentamento da violência conjugais. Ademais, desvela-se que o fortalecimento individual, a busca de apoio social e institucional e a separação, quando amparadas em políticas governamentais sólidas, constrói-se cenário mais oportuno para o fortalecimento feminino e enfrentamento do agravo.