INTRODUÇÃO: No Brasil, o marco histórico da luta contra a violência à mulher teve maior repercussão após o caso Maria da Penha. A lei que carrega seu nome foi elaborada para amparar as mulheres vítimas de violência. Para abordar tal tema foi criado um jogo de tabuleiro, pois configura-se uma ferramenta útil e lúdica para o compreendimento da temática utilizando uma linguagem clara. O jogo intitulado “Jornada da Liberdade”, remete a situações cotidianas que acontecem com as vítimas e busca colocar o jogador a identificar o tipo de violência praticada através da situação apresentada nas cartas. O jogo foi desenvolvido por uma equipe de residentes multiprofissionais de saúde da família e comunidade e aplicado com os alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) de uma escola pública no interior do Ceará. OBJETIVO: Aprimorar o conhecimento sobre os tipos de violência contra a mulher através de um jogo de tabuleiro. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência, onde foi aplicado um jogo de tabuleiro com os alunos do EJA sobre os tipos de violência contra a mulher em uma escola pública na cidade de Acaraú-CE, realizado em agosto de 2023. A atividade desenvolvida por cinco residentes multiprofissionais, com participação de 11 alunos e uma professora, com faixa etária de 16 a 52 anos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Inicialmente, foi apresentada a campanha do Agosto Lilás, quem foi Maria da Penha, dados sobre a violência contra a mulher e as tipificações das violências. Em seguida, apresentamos o jogo e sua aplicabilidade para o processo de aprendizagem da temática com uso das cartas, cada uma contendo relatos de violências vivenciadas por mulheres. O jogador precisava acertar o tipo de violência para lançar o dado e avançar as casas. Ganhava o jogo quem conseguisse identificar corretamente o tipo de violência de cada carta retirada e também contar com a sorte (lançar o dado e obter números altos). Por fim, percebeu-se o desconhecimento sobre outras formas de violência contra a mulher, principalmente a moral e patrimonial, o que gerou discussões sobre a complexidade da vítima em compreender que certas condutas constituem práticas de violência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O jogo permite adquirir conhecimento a partir de situações cotidianas vivenciadas por mulheres descritas em cartas. Desse modo, percebeu-se o quanto são desconhecidos os tipos de violência contra a mulher e a necessidade de sensibilizar adolescentes e adultos na percepção das práticas de violência invisibilizadas.