O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por padrões repetitivos do comportamento e déficits nos marcos do neurodesenvolvimento. Os cuidados à criança com autismo são realizados por profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), o qual é um conjunto de pontos integrados preparados para acolher e assistir os indivíduos com TEA e seus familiares. A enfermagem possui um importante papel nessa assistência, através da realização das consultas de puericultura, entre outros. No entanto, achados científicos apontam para uma insegurança dos profissionais ao prestar assistência a esse nicho populacional, sendo a principal causa, o déficit no conhecimento acerca da temática. O estudo tem como objetivo identificar o conhecimento dos enfermeiros que atuam na RAPS, com ênfase na Atenção Primária e Atenção Especializada de Saúde, acerca do TEA. Trata-se de uma revisão integrativa, realizada nos meses de maio e junho de 2024, por meio das bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual de Saúde e Periódicos CAPES onde foram utilizados os Descritores: “Conhecimento”, “Enfermagem”, “Transtorno do Espectro Autista”, com o conector AND. Foram incluídos estudos que equivalentes com a temática proposta, publicados nos últimos 5 anos, nos idiomas português, inglês e espanhol. Excluíram-se: artigos pagos e artigos duplicados nas bases de dados. Foram encontrados 16 artigos científicos e desses, 8 atenderam aos critérios de inclusão e aos objetivos da pesquisa. Foi observado que os enfermeiros da atenção primária de saúde, apresentam um déficit no conhecimento em decorrência de dois principais fatores: uma formação acadêmica que aborda superficialmente a temática e o pouco contato com pacientes com autismo no dia a dia da assistência. No entanto, os enfermeiros da atenção especializada demonstram um maior domínio acerca da temática, apesar disso, os mesmos atribuem o seu maior conhecimento ao contato frequente com pessoas com autismo e sua família, alegando que a formação acadêmica não os prepara para as nuances da assistência a essas pessoas. Faz-se necessário a reformulação da formação acadêmica da enfermagem para que abordem o tema de forma aprofundada e prepare de fato os futuros profissionais para assistir esses indivíduos, além disso, destaca-se a importância da capacitação dos enfermeiros já atuantes, para que assim, seja garantido que a atual e futura assistência de enfermagem as pessoas com TEA sejam efetivas e de qualidade.