INTRODUÇÃO: Os transtornos mentais comuns (TMC) são alterações cognitivas e do humor, associadas a sintomas somáticos. Tais morbidades propiciam situações de sofrimento mental, que interferem no bem-estar pessoal. A ocorrência de ansiedade, depressão e estresse em jovens são comuns, considerando a rotina atarefada, com cobranças de maior autonomia e responsabilidade, ocasionando maior carga de estresse. Realizar estudos sobre a recorrência de TM em adolescentes é relevante pois a identificação precoce pode levar a uma intervenção mais rápida e eficaz. OBJETIVO: Investigar o processo de hospitalização por transtornos mentais em adolescentes e jovens residentes em Recife - PE, no período de 2019-2022. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo com dados secundários de abordagem quantitativa do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Foram consideradas internações por transtornos mentais e comportamentais (F00-F99), referentes ao Capítulo V da CID-10. Foram incluídas todas as AIH aprovadas em Recife-PE, entre janeiro e 2019 a dezembro de 2022. O estudo se baseou apenas em dados de domínio público, e de acordo com a Resolução 510/2016, não necessita de aprovação por parte do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). RESULTADOS: Foi constatada leve queda no número de casos de 2019 para 2020, de 410 casos para 346, seguida do acréscimo para 426 casos em 2021 e 450 casos em 2022, totalizando 1.632 casos. Houve predominância do sexo masculino (69%). Em relação à cor da pele, a maior parte da população se declarou parda (77,5%) e estavam na faixa dos 20 aos 29 anos (83,7%). Quanto aos fatores associados ao desenvolvimento dos TM, os eventos estressantes, dificuldades em relações, isolamento social e baixa escolaridade influenciam na suscetibilidade a TM. Outro fator relevante foi a influência direta da pandemia na saúde mental da faixa etária abordada neste estudo. CONCLUSÃO: Constatou-se aumento no número de casos durante este período, com uma leve queda durante o período pandêmico. Houve predominância do sexo masculino e da cor de pele parda. Houve influência da pandemia da Covid-19 e suas variantes na alta ocorrência de TM entre os adolescentes. O fortalecimento de políticas e estratégias de saúde mental são essenciais, bem como o envolvimento ativo da enfermagem nesse processo, a fim de promover o cuidado continuado.