Introdução: no Brasil, existem cerca de 10 milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva, destacando-se 2,7 milhões com surdez profunda, ou seja, perda total da audição. Apesar dos avanços nas políticas e programas que visam garantir os direitos desse segmento social, ainda são enfrentados entraves no acesso aos bens e serviços, sobretudo, no âmbito da saúde. Objetivo: identificar na literatura científica quais os desafios enfrentados pela pessoa surda no acesso à saúde. Metodologia: trata-se de uma revisão de literatura, realizada em junho de 2024, na qual foram pesquisados artigos científicos na BVS, na LILACS e no Google Acadêmico, encontrados por meio dos descritores “pessoas surdas na saúde”, “desafios das pessoas surdas” e “assistência ao surdo”, dos quais foram selecionados seis que atenderam aos critérios da pesquisa para síntese. Resultados: a partir dos dados analisados, foram identificados desafios na comunicação entre profissional de saúde e pessoa surda, falta de capacitação em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) pelos trabalhadores e número reduzido de intérpretes disponíveis nos serviços de saúde. Em decorrência disso, é gerada interferência direta na privacidade e na autonomia da pessoa surda, uma vez que se torna necessária a presença de terceiros durante a assistência devido às lacunas nas habilidades e competências dos profissionais, podendo resultar no afastamento das pessoas surdas dos serviços, sendo impeditivo ao acesso à saúde. Ainda cabe enfatizar que, dentre os profissionais de saúde, a Enfermagem possui significativo papel em estabelecer comunicação inclusiva mediada pelo uso da LIBRAS ao passo que tem contato direto e acompanhamento contínuo junto ao usuário. Considerações finais: conclui-se que o principal desafio enfrentado pela pessoa surda no acesso à saúde é a dificuldade de comunicação. Portanto, é mister a presença de intérpretes de LIBRAS nos serviços de saúde para que seja possível garantir o direito ao atendimento equitativo às pessoas com surdez. Ademais, é importante a capacitação profissional na promoção do diálogo eficaz, visando assegurar o acesso à saúde de forma integral. Logo, torna-se imprescindível a atuação dos profissionais da saúde, com ênfase na Enfermagem, por seu caráter de assistência longitudinal, na implementação de meios para superar o desafio na comunicação do binômio profissional / pessoa surda no acesso à saúde.