Introdução: Muitas cidades sofrem com a ocorrência de desastres ambientais devido ao desordenado crescimento demográfico e a falta de planejamento político. O território onde esta população se encontra é marcado por retalhos de tentativas de sobrevivência e resgate cultural, características que demarcam as regiões de saúde. Com a instalação de pontos de abrigo para ocasiões de necessidade pública, a equipe de saúde vinculada ao território é um dispositivo com enorme valor significativo para acolhimento e acompanhamento das pessoas desabrigadas ou em risco. Objetivo: Relatar a experiência no acompanhamento da gerência em um cenário de abrigo após um acidente ambiental. Método: Trata-se de relato de experiência das atividades gerenciais do segundo ano de um programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica. Resultados/discussão: É de suma importância que a equipe de saúde esteja pronta para acolher as famílias afetadas durante episódios nos quais o território encontra-se fragilizado devido a mudanças ocasionadas pela natureza que repercutem com o racismo ambiental. O trabalho gerencial no abrigo foi de organização do processo de trabalho, estabelecendo rotina para a assistência de enfermagem para realizar procedimentos, grupos, consultas e pautar um processo baseado em escuta ativa. Foi necessário elaborar planilhas de cuidados e categorizar as famílias e suas necessidades, de maneira a ter os disparos realizados na rede, tendo a equipe E-multi atuando no processo multiprofissional até o término do acolhimento realizado pelo abrigo. Considerações finais: Considerando os aspectos de construção da sociedade e suas desigualdades é necessária constante vigilância acerca das condições ambientais que as famílias estão inseridas para que seja possível articular e orientar sobre os riscos enfrentados. As equipes precisam estar em constante capacitação para que seja possível prestar uma assistência eficaz em momentos de calamidade pública.