INTRODUÇÃO: Abortamento é definido, obstetricamente, como a perda de uma gravidez antes que o embrião ou feto tenha a capacidade de sobreviver de forma independente da gestante. O abortamento emerge na esfera social como um tema polêmico, frequentemente marcado pela invisibilidade conferida pelos profissionais de saúde em virtude de valores morais ou religiosos. Essa conjuntura gera uma série de impasses na prática assistencial, envolvendo o dever ético profissional, bem como o bem-estar e os direitos das mulheres. Embora no Brasil o aborto esteja legalmente amparado em casos de estupro, risco de morte materna e anencefalia fetal, a assistência nessas situações enfrenta barreiras significativas, nas quais a Enfermagem desempenha um papel fundamental. OBJETIVO: Discutir a capacitação profissional de saúde em oferecer atendimento inclusivo e sensível às mulheres em situação de abortamento, com foco nas implicações éticas e no papel da equipe de enfermagem. METODOLOGIA: Consiste em uma revisão literária no portal de buscas Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Utilizando os Descritores em Ciências de Saúde (DeCS/MeSH): “Aborto”; “Cuidados de Enfermagem” e “Assistência”. Foram selecionados sete estudos publicados entre 2019 e 2024 nos idiomas português e inglês, cujo foco estava ligado à questão norteadora da pesquisa, excluindo artigos com temas antagônicos e duplicados, sendo selecionados cinco por alinhamento com os objetivos da pesquisa. RESULTADOS: A necessidade crucial de melhorar as práticas de cuidado para oferecer atendimento sensível e incluso às mulheres em situação de abortamento é evidenciada pela complexidade e desafios éticos envolvidos, e nesse sentido a enfermagem desempenha um papel crucial, proporcionando suporte integral e respeitando os direitos das mulheres. Além deste, o atendimento durante o abortamento reflete como os profissionais de saúde influenciam sua experiência, muitas vezes deixando-as vulneráveis devido ao temor de julgamentos. Corroborando tem-se que a falta de preparo da equipe de enfermagem pode levar mulheres a optarem por procedimentos clandestinos, aumentando os riscos à saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O debate sobre o aborto sublinha a importância de refletir sobre valores como a proteção da vida, a autonomia humana e da mulher, e a Enfermagem, guiada por políticas éticas, deve proporcionar um cuidado humanizado e acolhedor durante todo o processo de abortamento.