Introdução: As internações no Pronto-Socorro (PS), conhecidas como boarding, são as principais causas de superlotação do PS que resultam em tempo de espera prolongado para os pacientes, afetando seu cuidado e seu conforto. Além de ter influência na ocorrência de Eventos Adversos (EA) por afetar a assistência de enfermagem, pois o tempo prolongado de permanência on boarding (TPOB) reduz a qualidade e segurança do cuidado ao paciente. Objetivo: Monitorar as internações em pacientes adultos em PS e seus desfechos, utilizando o Sistema de Informação e Monitoramento das Internações no PS (SIMIPS). Método: Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado em um hospital, utilizado como teste piloto para a aplicação do SIMIPS. A coleta foi realizada por meio da extração de dados, incorporados no SIMIPS, dos prontuários, durante o período de dezembro de 2019 a março de 2020. Participaram da amostra, pacientes maiores de 18 anos e eletivos para internação clínica, admitido e internado no PS. Os aspectos éticos da pesquisa foram seguidos e devidamente aprovados sob o CAAE 17039019.10000-5546 e parecer número 4168.891 do comitê de ética em pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Sergipe. A elaboração do banco de dados utilizou o software SIMIPS para monitorar as internações e gerar dados epidemiológicos e de gestão hospitalar. Resultados: Foram analisados 158 prontuários, sendo 80 (50,6%) sexo feminino, idosos (65 anos), 105 (66,5%) residem na cidade de Lagarto e quando relacionado a comorbidades, 86 (54%) possuem Hipertensão Arterial Sistêmica. Ao observar o quesito de classificação de risco, 95 (30,1%) foram categorizados como amarelo e 141 (89%) apresentaram o grau de dependência de cuidados mínimos de enfermagem. Já em relação ao desfecho clínico, 113 (84%) receberam alta, 14 (9%) óbito e 11 (7%) evasão. Observa-se também uma média de 7,3% de EA fatais e entre 34,3% e 83% evitáveis, com predominância do atraso na administração de medicamentos 19 (12%). No tocante a utilização do SIMIPS, identificou a necessidade de retirar a obrigatoriedade do preenchimento de informações como CPF, horário de reclassificação, preenchimento do CID e diagnósticos por extenso. Conclusão: A partir dos resultados, foi possível identificar TPOB alta, predominância de pacientes idosos e uma alta incidência de EA. Ademais, identificou-se a importância da utilização do sistema de monitoramento, SIMIPS, que analisa cada internação até seu desfecho clínico para a gestão.