Introdução: O diagnóstico de enfermagem "Troca de Gases Prejudicada (00030)” é definido como o excesso ou déficit na oxigenação e/ou na eliminação do dióxido de carbono. O julgamento clínico desse diagnóstico para prática do enfermeiro na assistência ao paciente crítico com Covid-19, é essencial para a tomada de decisão e planejamento do cuidado. Objetivo: Analisar a prevalência do diagnóstico de enfermagem "Troca de Gases Prejudicada (00030)" entre pacientes adultos críticos com Covid-19. Método: Estudo transversal realizado em um hospital universitário localizado na região nordeste do Brasil, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (CAAE: 60958422.7.0000.0217). A amostra foi não probabilística por conveniência e incluiu 117 internações ocorridas entre os anos 2020 e 2021. Os critérios de inclusão foram: 1) adultos, maiores de 18 anos, com diagnóstico de Covid-19; 2) permanência hospitalar maior que 24h nos setores do eixo crítico e Unidade de Terapia intensiva; 3) registo completo das informações no prontuário eletrônico. A coleta de dados foi baseada em uma revisão retrospectiva dos prontuários eletrônicos entre dezembro e fevereiro de 2022, considerando o primeiro dia da admissão e foi utilizado um instrumento fundamentado no Modelo de Adaptação de Roy. (MAR). O método de análise de classes latentes foi utilizado para testar a acurácia das medidas e estimar a prevalência do diagnóstico. Resultados e discussão: As informações clínicas coletadas nos prontuários foram organizadas no modo fisiológico do MAR e alinhadas aos indicadores clínicos descritos na NANDA-I. A prevalência do diagnóstico de "Troca de Gases Prejudicada (00030)” foi de 23,0% na amostra de 117 pacientes. Os indicadores clínicos que melhor predizem o diagnóstico foram: agitação psicomotora (88,8%), ritmo respiratório alterado (80,8%), hipercapnia (76,0%) e hipoxemia (74,8%). Considerações finais: O diagnóstico de enfermagem "Troca de Gases Prejudicada (00030)” foi prevalente em pacientes críticos com Covid-19. A avaliação dos indicadores clínicos é essencial para o julgamento clínico.