INTRODUÇÃO: Os acidentes de trânsito estão se tornando a principal causa de morte mundial e nacional, com cerca de 1,3 milhão de mortes evitáveis e aproximadamente 50 milhões de feridos no mundo anualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O sexo masculino está associado a um risco maior de acidentes, aproximadamente duas a quatro vezes superior ao das mulheres, resultando em lesões com maior energia cinética e mortalidade. OBJETIVO: Analisar a tendência temporal da taxa de mortalidade por acidentes automobilísticos nas cinco regiões do Brasil por sexo no período de 2013-2023. MÉTODO: Estudo ecológico, descritivo retrospectivo, que irá analisar dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) por causas externas com ocupantes de automóvel traumatizado no Brasil no período de 2013 a 2023. Foram analisadas as taxas de mortalidades nas cinco regiões, além da taxa de incidência geral (APC) e a variação percentual anual (AAPC) por meio do programa JointPoint. As análises foram segmentadas por sexo, região e unidade federativa. RESULTADOS: Durante 2013 a 2023 ocorreram 80.651 mortes por acidentes com automóveis traumatizados no Brasil. A região Sul apresentou a maior incidência média da taxa de mortalidade (6,52 mortes por 100.000 habitantes), superando a incidência média brasileira em 68,04%. Ao analisar as tendências temporais nas cinco regiões do Brasil, constatou-se uma tendência decrescente da mortalidade em todas as regiões, sendo a região Norte a que apresentou a maior variação da AAPC: -6,55 (p<0,01), seguindo da região Sudeste (AAPC: -6,32; p<0,01), Centro-Oeste (AAPC: -6,21; p<0,01), Nordeste (AAPC: -3,73; p=0,04) e Sul (AAPC: -2,30; p<0,01). Quanto ao sexo, observa-se uma tendência decrescente na mortalidade tanto no sexo masculino (AAPC: -4,59; p<0,01) quanto no feminino (AAPC: -4,70; p=0,03), com o sexo feminino apresentando a maior AAPC. CONCLUSÃO: A análise revela uma maior incidência da mortalidade na região Sul, com decréscimo na tendência da taxa de mortalidade em todas as regiões e em ambos os sexos, com a maior variação na região Norte. Esses dados sublinham a importância do rastreamento preciso dos acidentes automobilísticos para promoção de políticas públicas na prevenção de acidentes e aprimoramento da assistência ao paciente traumatizado.