INTRODUÇÃO: A esclerose múltipla é uma doença neuroimunológica crônica, que demanda cuidados especializados de enfermagem, devido à sua natureza progressiva e incapacitante, que produz uma variabilidade de sintomas e possui grande impacto psicológico, familiar, laboral, social e econômico. Em um centro de referência, o enfermeiro lida com situações críticas e de alta complexidade, desempenhando ações que contribuem para a promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos e para reabilitação dos indivíduos. OBJETIVO: Descrever os cuidados de enfermagem fornecidos a pacientes portadores de esclerose múltipla atendidos em um centro de referência em Pernambuco. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência a partir da vivência no Centro de Referência e Apoio ao Paciente Portador de Doenças Desmielinizantes no estado de Pernambuco. RESULTADOS: O centro de referência recebe pacientes com diversos fenótipos da doença, que utilizam medicamentos imunossupressores e imunomoduladores, administrados tanto em domicílio quanto no hospital. Como parte da equipe multiprofissional, o enfermeiro presta assistência em todas as etapas do tratamento, realiza o acolhimento aos pacientes e seus familiares após o diagnóstico e definição da terapia medicamentosa, estabelecendo vínculos e promovendo o autocuidado e a autonomia através de informações claras, orientações e esclarecimento de dúvidas. Para os medicamentos administrados em domicílio, via oral, intramuscular e subcutânea, o enfermeiro faz orientação sobre a aquisição dos medicamentos, capacita o paciente e o cuidador quanto ao armazenamento correto, administração, descarte de materiais e manejo de possíveis reações adversas. Já os medicamentos administrados no ambiente hospitalar, via endovenosa, demandam do enfermeiro o recebimento e envio de exames e documentos para aquisição e renovação dos medicamentos, triagem para identificar sintomas de infecção que podem contraindicar o uso dos medicamentos. Além disso, ele é responsável pelo processo de preparo, administração, monitoramento de reações infusionais, e pelas orientações sobre o reconhecimento e manejo das reações pós-infusionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A atuação do enfermeiro demanda um amplo conhecimento sobre a patologia e as terapias medicamentosas, sendo fundamentada na educação em saúde, o que contribui significativamente para a adesão ao tratamento, para o bem-estar e melhor qualidade de vida dos pacientes e seus familiares.