Introdução: Estudos apontam taxas crescentes de infecção de sífilis entre as pessoas privadas de liberdade, sendo preciso um maior entendimento de que as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças também devem ser ofertadas para essas pessoas. Ao ser solta, a Pessoa Privada de Liberdade possui uma história pregressa que inclui aspectos referentes a abordagens terapêuticas anteriores que requerem continuidade, principalmente em relação a IST Sífilis e o atual cenário de epidemia desse agravo que vivenciamos. Objetivos: Analisar como vem se dando o cuidado à Pessoa Privada de Liberdade egressa da Penitenciária acometida por Sífilis e moradora do município de Belo Horizonte/MG, visando propor estratégias para continuidade do cuidado. Métodos: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, onde foram convidados nove profissionais de saúde, sendo sete do sexo feminino e dois do sexo masculino, que atuam entre 10 meses a 08 anos com o acompanhamento das pessoas privadas de liberdade acometidas por Sífilis. Para a coleta foram utilizados dados primários através das entrevistas e secundários obtidos no banco de dados (planilhas) de acompanhamento dos casos notificados pela penitenciária que tiveram diagnóstico de sífilis no ano de 2021 e 2022. Resultados: Por meio da análise das nove entrevistas foram identificados três eixos visando a organização e discussão dos resultados da pesquisa, sendo eles: a visão dos profissionais de saúde envolvidos no cuidado à pessoa privada de liberdade, o encaminhamento de referência pós-soltura e o registro nos prontuários. A análise de quinze prontuários denota descontinuidade do cuidado e foi realizada a proposta de um fluxograma de continuidade do cuidado pós-soltura com planilha de acompanhamento alimentado pelas duas instituições. Conclusão: O cuidado à pessoa privada de liberdade vem se dando de forma fragmentada centrado em tratamento medicamentoso, fazendo com que a mulher privada de liberdade não complete seu tratamento. Sugeriu- se nessa pesquisa a proposta de um fluxograma com planilha de acompanhamento para auxiliar os profissionais de saúde na continuidade do cuidado à pessoa privada de liberdade acometida por sífilis, no entanto recomenda-se a revisão da organização do trabalho, ações com conversas intersetoriais do cuidado, bem como ações de educação permanente.