INTRODUÇÃO: A Atenção Básica, no Brasil, fundamenta-se na Estratégia Saúde da Família, a qual é configurada, em teoria, pela baixa densidade tecnológica e grande resolutividade, tendo como expoente materializador, especialmente, o quantitativo operacional dos profissionais de enfermagem. Em decorrência de alta demanda, escassez de recursos materiais e humanos, o prejuízo à saúde mental torna-se uma realidade comum aos enfermeiros, nas relações com os pacientes e com os demais profissionais. OBJETIVO: Analisar, na literatura recente, o modus operandi do trabalho de enfermagem na atenção básica e a relação saúde mental e ofício dos enfermeiros. MÉTODO: Trata-se de um estudo bibliográfico, do tipo revisão integrativa da literatura, realizado no período de junho de 2024, nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde-BVS e na Scientific Electronic Library Online-SCIELO, utilizando os descritores Enfermagem AND Atenção Básica AND Saúde do Trabalhador, onde foram encontrados 930 artigos. Depois de utilizar os filtros texto completo, nos últimos 5 anos (2020 a 2024) e em português, espanhol e inglês, ficou um total de 127 trabalhos e após a análise sistemática foram selecionadas 5 produções cientificas que corroboravam com o objetivo do estudo. RESULTADOS: A saúde mental dos enfermeiros no campo de trabalho da atenção básica é acometida nos seguintes níveis: baixa realização pessoal e profissional, em decorrência de percepções negativas quanto ao reconhecimento no trabalho, déficits salariais e infraestruturais, bem como o risco de violência e de assédio moral; relações interpessoais, as quais foram compreendidas como indiferentes; prejuízo do autocuidado, manifestado por detrimento da quantidade de horas de sono, alterações do sono e de apetite, bem como sobrecarga e cansaço emocional, que, progressivamente, pode cursar com a Síndrome de Burnout. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Infere-se, portanto, que, em contexto de atenção básica, a saúde mental dos enfermeiros é prejudicada em diferentes dimensões, repercutindo não somente no prejuízo a realização pessoal e profissional, mas, sobretudo, no âmbito individual de adoecimento, como Síndrome de Burnout e sintomas físicos de esgotamento psicoemocional. Dessa maneira, conquanto a enfermagem seja compreendida como profissão do cuidado, por questões superestruturais, o cuidado para si é deficitário.