Introdução: Pacientes diagnosticados com a coinfecção tuberculose-HIV (TB-HIV) devem oportunamente iniciar o tratamento com a terapia antirretroviral (TARV) e o esquema para tuberculose (TB), sendo recomendado realização do Tratamento Diretamente Observado (TDO). Objetivo: Analisar realização do TDO, uso da TARV e desfecho de casos de coinfecção TB-HIV. Metodologia: Estudo epidemiológico transversal, com utilização de dados provenientes de fonte secundária, extraídos no mês junho de 2024. Utilizou-se de informações do SINAN referentes aos casos diagnosticados de TB no estado da Paraíba entre o período de 2013 e 2022. Foram incluídos casos de TB com realização de teste rápido para HIV, com resultado positivo. Avaliou-se as variáveis: realização de teste para HIV, realização do TDO, uso de TARV durante o tratamento para a TB e situação de encerramento. Dos dados válidos, excluiu-se os ignorados ou deixados em branco. Os dados foram exportados, organizados e analisados em planilhas do Microsoft Excel e confrontados com a literatura científica. Resultados e discussão: Foram notificados 1.188 casos de coinfecção TB-HIV, correspondentes a 8,54% de todos os casos de TB no período estudado. Em relação à realização do TDO e ao uso da TARV durante o tratamento para a TB, 12,29% dos pacientes somente realizaram o TDO, 27,86%, somente usaram a TARV, 1,77%, realizaram o TDO e usaram a TARV concomitantemente e 3,28%, nenhum dos dois. Quanto à situação de encerramento, 38,89% dos pacientes alcançaram cura da TB, 26,43%, abandonaram o tratamento e 10,35%, evoluíram para óbito em decorrência de outras causas que não a TB. Ao analisar-se a relação entre a realização do TDO e a situação de encerramento independentemente do uso da TARV, observou-se que os pacientes que realizaram o TDO apresentaram taxa de abandono 37,39% menor. Ao analisar-se a relação entre o uso da TARV e a situação de encerramento independentemente da realização do TDO, observou-se que a taxa de óbito por TB foi 92,8% menor nos pacientes em uso da TARV. Já os pacientes que realizaram o TDO e usaram a TARV, apresentaram aumento de 13,04% na taxa de cura e redução de 62,86% na taxa de abandono em comparação com os que não realizaram ambos. Considerações finais: Observou-se dados referentes à realização do TDO e uso da TARV com aumento na taxa de cura e redução nas taxas de abandono e óbito por TB. No entanto, os percentuais de abandono, óbito por TB e por outras causas permanecem elevados.