Introdução: A falta de destinação adequada dos medicamentos em desuso é um problema evidente na sociedade atual, uma vez que essas substâncias podem causar contaminações no meio ambiente, além de possuir potencial de gerar bactérias resistentes nocivas à vida humana e animal. É nesse contexto que a enfermagem pode atuar como promotora do gerenciamento do descarte desses resíduos, elaborando e colocando em prática o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) que, associado com programas de educação continuada, promovem a sensibilização e envolvimento de todos os demais profissionais da área da saúde na adoção de práticas sustentáveis de saúde. Objetivo: Identificar como tem sido feito o descarte de medicamentos em desuso no Brasil, a partir da busca na literatura científica publicada acerca dessa temática. Metodologia: Estudo de revisão narrativa da literatura, realizado a partir de consultas nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Para a obtenção de dados específicos sobre o tema, foi consultado o Sistema Nacional de Informação sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR+). Discussão: Os estudos analisados apontam a inexistência de uma padronização das ações relacionadas à destinação de medicamentos em desuso nos municípios do país, o que contribui para a adoção de práticas inadequadas, colocando em risco a vida marinha e terrestre, com a possibilidade de contaminação do solo, dos efluentes e dos alimentos. Observou-se ainda queda no número de notificações no SNIR+ no ano de 2020, demonstrando a falta de comprometimento dos gestores municipais de saúde em relação à essa problemática. Considerações finais: A partir da análise dos estudos publicados, foi possível identificar a ausência de ações sistematizadas quanto à destinação adequada dos medicamentos em desuso no Brasil, bem como a baixa adesão dos municípios ao sistema de notificação. Nessa perspectiva, evidencia-se a relevância do papel da enfermagem no processo de gerenciamento do descarte correto dos medicamentos em desuso, uma vez que garantir a sustentabilidade no processo de despejo de resíduos farmacológicos é essencial para a promoção da saúde.