INTRODUÇÃO: Nos últimos anos diversas pesquisas vêm mostrando um crescente envolvimento empreendedor da enfermagem na aplicação prática de conhecimentos, levando a um impacto positivo no cuidado e na qualidade de vida das pessoas. Conquanto, apesar das novas diretrizes curriculares buscarem romper a cultura assistencialista, muitas instituições ainda não se adequaram a essa nova realidade, como mostra um estudo que analisou 130 cursos de graduação em enfermagem das instituições de ensino superior do Brasil, credenciados no portal MEC em 2021, onde apenas 14 tinham em sua grade curricular uma disciplina específica de empreendedorismo. OBJETIVO: Analisar as consequências da escassa oferta das disciplinas de empreendedorismo durante a graduação em enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, elaborado a partir de buscas nas bases de dados da SciELO e BVS, fazendo uso dos descritores “Empreendedorismo”, “Educação em Enfermagem” e “Mercado de Trabalho”, com o operador booleano AND. Os critérios priorizados para escolha da amostra foram artigos publicados em português, nos últimos 5 anos e disponíveis para leitura na integra. Desse modo, foram excluídos artigos em duplicatas, e que pelo conteúdo exposto no resumo, ressaltaram não tratar do tema em questão. RESULTADOS: Foram encontrados 9 artigos, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, restaram 6 artigos, públicos nos anos de 2019 (n=01), 2020 (n=02), 2021 (n=02) e 2022 (n=01). Quanto à natureza, identificou-se abordagens qualitativas e quantitativa nos estudos. Observou-se que a falta da disciplina leva a restrição da visão profissional, consequências na capacidade de inovar e adaptar-se a novos contextos, limitação no desenvolvimento de habilidades empreendedoras, como pensamento crítico, proatividade e capacidade de negociação, além disso, pode contribuir para a desigualdade de gênero e idade, uma vez que estudantes de enfermagem do sexo masculino e com maior idade tendem a apresentar maior perfil empreendedor, tento em vista que o campo da enfermagem possui uma alta prevalência do público feminino a carência dessa disciplina pode contribuir para a manutenção de desigualdades. CONCLUSÃO: Tais achados ressaltam a urgência de fomentar a educação empreendedora dentro das instituições acadêmicas, uma vez que, elas podem incentivar o protagonismo social em várias áreas do conhecimento e promover transformações necessárias.