Introdução: O suicídio está associado a um quadro de transtorno mental, onde a pessoa comete o ato de matar a si mesmo de maneira intencional. A crescente preocupação com a saúde mental e o bem-estar dos idosos tem impulsionado a realização de estudos epidemiológicos para compreender melhor os fatores que contribuem para a mortalidade por lesões autoprovocadas nessa faixa etária. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da mortalidade por lesões autoprovocadas em idosos, no estado do Paraná, no período de 2018 a 2022. Método: Estudo descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa, baseado nas informações de óbitos disponíveis no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), por meio do DATASUS e do TABNET, através do CID 10, nas seguintes categorias: X60-X84 (lesões autoprovocadas intencionalmente), em todas as regiões do Paraná, no período de 2018 a 2022. Resultados/Discussão: Foram observados 7.647 óbitos por suicídio em idosos, no estado do Paraná, no período de 2018 a 2022. Analisando o total de óbitos registrado por macrorregião, o maior número das mortes por esta causa foi registrado na macrorregião Leste, correspondendo ao quantitativo de 3.234 óbitos (42,29%). Com relação ao gênero dos óbitos, o gênero feminino foi o que obteve o maior número, com 3.854 óbitos (50,40%), seguido pelo gênero masculino, com 3.792 notificações neste grupo (49,59%). No que tange à variável raça/cor, constatou-se que a raça/cor branca foi a mais acometida, com 6.154 óbitos (83,82%). Essa descoberta desafia estereótipos de que os homens são mais propensos a cometer suicídio e destaca a importância de compreender os fatores específicos que podem estar contribuindo para essa tendência entre as mulheres idosas. Ainda, os maiores índices destes eventos no público de raça/cor branca justifica-se pela característica populacional do estado analisado. Considerações finais: A transição para a vida idosa e as condições socioeconômicas e culturais podem ser fatores agravantes para o suicídio. A prevenção do suicídio entre idosos requer uma abordagem multifacetada que envolva o fortalecimento dos sistemas de saúde mental, a promoção do apoio social e comunitário e a redução das desigualdades que podem contribuir para o risco de suicídio. Evidencia-se a necessidade de incentivo à busca aos serviços de saúde, para a qualidade de vida e bem-estar do idoso.