Introdução: A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral altamente contagiosa causada pelo poliovírus. No passado, a poliomielite causou paralisia e morte em muitas crianças ao redor do mundo. Graças às campanhas de vacinação, a doença foi praticamente erradicada em muitos países, incluindo o Brasil. No entanto, recentemente, houve um ressurgimento de casos de poliomielite em algumas regiões, levantando preocupações sobre a reemergência da doença. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar o recente ressurgimento da poliomielite no Brasil, identificando os fatores que contribuíram para o retorno da doença e avaliando as medidas de controle e prevenção necessárias para conter sua propagação. Metodologia: Este estudo foi realizado através de uma revisão sistemática de literatura e análise de dados epidemiológicos. Foram consultadas bases de dados como PubMed, SciELO e Google Scholar para identificar artigos relevantes publicados entre 2010 e 2023. Além disso, foram analisados relatórios e boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Resultados: Os dados indicam um aumento preocupante de casos de poliomielite no Brasil a partir de 2021. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 12 casos confirmados em 2022, após mais de duas décadas sem casos relatados. A baixa cobertura vacinal é um fator crítico para o ressurgimento da doença. Em 2020, a taxa de vacinação contra a poliomielite no Brasil caiu para 75%, abaixo da meta de 95% recomendada pela OPAS. A pandemia de COVID-19 contribuiu para a queda na cobertura vacinal, devido à interrupção dos serviços de saúde e ao medo da população de buscar vacinação durante a crise sanitária. Conclusão: O ressurgimento da poliomielite no Brasil destaca a importância crucial da manutenção de altas taxas de cobertura vacinal. Medidas urgentes devem ser tomadas para aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação e melhorar a acessibilidade aos serviços de imunização. Políticas públicas eficazes e campanhas de vacinação robustas são essenciais para prevenir um surto de poliomielite e proteger as gerações futuras dessa doença debilitante.