Desde o princípio da civilização, mulheres e crianças têm sido percebidas como elementos vulneráveis da sociedade, sujeitos a atos constantes violência, especialmente a violência doméstica, comum em muitas residências. Este fenômeno grave de saúde pública afeta milhões de pessoas globalmente, frequentemente mantido em sigilo dentro dos contextos familiares. Os abusos físicos, psicológicos e morais, entre outros, são tipificados pela Lei n° 11.340 (Lei Maria da Penha). Nesse contexto, a enfermagem desempenha um papel crucial na detecção e denúncia da violência intrafamiliar contra mulheres e crianças, estando na maioria das vezes na primeira linha de atuação na identificação de sinais físicos, emocionais e comportamentais de abuso. Compreender os desafios da assistência oferecida pela enfermagem na detecção e denúncia de casos de violência doméstica em mulheres e crianças. Foi realizada uma revisão da literatura, utilizando as bases de dados LILACS, MEDLINE e BDENF, acessadas através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com consulta aos descritores “violência”, “denúncia”, “crianças” e “desafios”, através do operador “AND”. Foram identificados 7 artigos, destes, 5 foram selecionados, levando em consideração os critérios de inclusão: artigos disponíveis e publicados no idioma português que abordassem a temática. Na literatura, destaca-se a importância do papel da enfermagem na identificação precoce de sinais de violência durante consultas de urgência ou rotineiras. Uma vez percebidos pela equipe de enfermagem, é seu dever ético e legal denunciá-los imediatamente. Quando a vítima se torna paciente, é crucial a intervenção precoce da enfermagem diante de indicativos de violência, como demonstrar medo na presença de parceiro ou familiar, subestimar a gravidade da situação ou mesmo agressor acompanhar o cliente ao serviço de saúde e não permitir que fique a sós com os profissionais. Além disso, é fundamental para o profissional da saúde educar tanto a vítima quanto sua família sobre a importância de reconhecerem situações de violência e denunciarem o agressor, garantindo assim uma abordagem ampla, completa, segura e eficaz. Diante dos dados apresentados, destaca-se também a importância da abordagem da enfermagem forense, podendo reconhecer o papel no enfrentamento da violência doméstica contra mulheres e crianças.