Introdução: A População em Situação de Rua (PSR) têm como principais características não possuir moradia fixa ou tradicional, pobreza extrema e laços familiares interrompidos que podem provocar sentimento de abandono e consequentemente criar uma identidade social carregada de estigmas e preconceito, tornando esses indivíduos vulneráveis a diversos contextos. Nesse sentido, a enfermagem pode atuar prestando uma assistência biopsicossocial. Objetivo: Analisar os aspectos e possíveis problemáticas da assistência de enfermagem voltada à PSR em abandono familiar. Método: Trata-se de uma revisão de literatura do tipo descritiva. Utilizou-se as seguintes bases de dados: SCielo, PubMed, BVS e manuais e normativas nacionais, do período correspondente aos últimos dez anos. Resultados/discussão: Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2022, haviam 236.400 pessoas em situação de rua cadastradas no Cadastro Único no Brasil. Um dos desafios das PSR é a dificuldade de acesso aos serviços de saúde pela ausência de documentação pessoal, recusa ao atendimento pelos profissionais, solidão demonstrada pelo desamparo familiar e ausência de visitas durante a hospitalização. Em grande parte dos casos, o indivíduo não possui contato com a família biológica, o que pode acarretar em consequências negativas, afetar a recuperação da saúde e predispor para o desenvolvimento de adoecimento mental e sofrimento psíquico, tal como a depressão, irritabilidade, tristeza profunda, apatia e até mesmo alterações cognitivas. A enfermagem é responsável por promover a assistência utilizando-se de instrumentos como a busca ativa, por meio do rastreamento e ações que visem a prevenção de doenças e agravos, atendendo o princípio da universalidade. Nesse sentido, o programa Consultório na Rua atua no acolhimento e encaminhamento dos casos de maior complexidade, tendo em vista as ações de promoção e recuperação da saúde. Considerações finais: Portanto, é preciso que todo o processo de recuperação da saúde seja feito com ênfase às necessidades específicas do paciente, até que seja possível sua reinclusão na sociedade. Se torna necessário o desenvolvimento de estratégias e discussões referentes às demandas visando garantir os direitos constitucionais e legislações relacionadas à saúde e reafirmar seus princípios éticos frente a defesa da vida, demonstrando a necessidade da implementação de novas políticas específicas para as situações apresentadas.