Introdução: O sono é definido como a suspensão periódica natural da consciência durante a qual o corpo se recupera, sendo crucial para nossa saúde física e mental. Entretanto, os problemas de sono estão presentes nas mais variadas populações, idades e etnias, e muitas pessoas buscam o uso de medicamentos como estratégia de intervenção. As medicações frequentemente utilizadas são os hipnóticos, os sedativos e os benzodiazepínicos, tendo como objetivo diminuir a latência do sono, reduzir os despertares a noite e aumentar o tempo total de sono. Objetivo: Analisar o perfil populacional (PP) dos usuários de medicamentos indutores do sono. Método: Trata-se de uma revisão de literatura com a pergunta norteadora baseada na estratégia PIO: Qual a produção científica sobre o PP dos usuários de indutores do sono? A coleta de dados foi realizada por busca on-line de trabalhos científicos utilizando descritores DECS/MesH, na base de dados MEDLINE, via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram selecionados dez estudos que atenderam aos critérios de inclusão: textos completos gratuitos em português, espanhol e inglês. Resultados/Discussão: A pesquisa avaliou o uso de soníferos em 6 países: Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Irlanda e Japão identificando um perfil predominante na maioria dos países. Os usuários desses indutores são majoritariamente mulheres, brancas, solteiras, viúvas ou divorciadas, com exceção nos EUA, onde a maioria são casadas ou vivem com parceiros. Apresentam escolaridade e condições socioeconômicas desfavoráveis, residem em áreas urbanas, possuem condições crônicas de saúde, transtornos mentais como depressão, ansiedade, bipolaridade e insônia e fazem uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas. Predominantemente, as mulheres tem idade superior ou igual a 60 anos, exceto na Espanha e França, onde as usuárias estão na faixa etária de 18 a 34 anos. No Japão esse perfil difere um pouco, o predomínio do uso de indutores do sono é pelo gênero masculino com faixa etária entre 50 e 64 anos. Considerações finais: Salienta-se que o uso prolongado desses fármacos pode causar dependência e efeitos adversos. Portanto, as informações elencadas neste trabalho, evidenciam que as condições de saúde desses usuários são ruins e estão atreladas a diversos problemas socioculturais e socioeconômicos. Dessa forma, urge o desenvolvimento de estratégias de saúde pública que promovam o uso consciente e busquem alternativas para reduzir seus impactos.