Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae; possui predileção pela pele e nervos periféricos; está incluída nos programas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS), entre as doenças negligenciadas e passíveis de extinção. Em 2020, foram detectados 127.558 novos casos de hanseníase em todo o mundo, conforme dados oficiais de 139 países das seis regiões da OMS. O Brasil apresenta a maior carga de hanseníase nas Américas e a segunda maior globalmente, ficando atrás apenas da Índia. Entre 2016 e 2020, o país diagnosticou 155,3 mil novos casos; segundo o painel de monitoramento de indicadores da hanseníase, de janeiro a novembro de 2023, foram notificados aproximadamente 20 mil novos casos da doença no país. Objetivo: realizar uma análise do panorama atual dos novos casos notificados de hanseníase no Brasil, entre os anos de 2023 e 2024. Método: trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, a partir da análise dos novos casos notificados de hanseníase no Brasil, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no painel de Monitoramento de indicadores da hanseníase, no período de Janeiro de 2023 a maio de 2024. Resultados: no período delimitado, foram notificados 29.483 casos de hanseníase no País (2023, n=22.628/2024, n=6.855); as regiões nordeste e centro-oeste se destacam, na região nordeste, houve um aumento de 25,5%, estando em evidência os estados do Maranhão (n=741), Bahia (n=547), Pernambuco (n=534) e Ceará (n=339), e na região centro-oeste, os estados de Mato Grosso (n=1.209), Goiás (n=255) e Mato Grosso do Sul (n=78); o sexo masculino concentra a maior parte das notificações (57.81%), comparado ao sexo feminino (42.19%); em relação aos casos notificados em menores de 15 anos, houve uma redução de -40,8% de 2023 para 2024. Considerações Finais: É evidente a expansão dos novos casos notificados de Hanseníase no Brasil, a compreensão dos principais fatores que colaboram para este crescimento são fundamentais, visto que podem estar relacionados a maior identificação dos casos prováveis ou redução das subnotificações, a condução de novos estudos são necessários para avaliar o impacto deste crescimento na população brasileira, assim como o incremento de novas estratégias de identificação dos casos suspeitos, educação em saúde e ampliação das informações para a população, com destaque para pessoas que possuem maior risco de infecção.