Introdução: Nos últimos tempos, o aumento significativo e severo dos desastres globais tem afetado ecossistemas vulneráveis, causando danos humanos, materiais e ambientais variados. A enfermagem, respaldada pela Resolução COFEN nº 293/2004, coordena cuidados em incidentes com múltiplas vítimas (IMVs), adaptando-se às estruturas de saúde e realocando recursos, desempenhando, assim, um papel crucial. Objetivo: Analisar, na literatura científica, quais as intervenções do enfermeiro em IMVs. Método: Trata-se de uma revisão da literatura realizada nas bases de dados SciELO e PubMed. Os descritores utilizados foram ´´ Enfermagem de Desastres´´, ´´Incidentes com Feridos em Massa´´ e ´´Enfermagem em Emergências´´ conectados pelo operador booleano “AND”. A seleção dos estudos foi baseada no título e na leitura do conteúdo, focando nos relacionados ao tema proposto e excluindo aqueles cujo título não estava alinhado com o tema ou cuja publicação não estava em português. Discussão: Os enfermeiros desempenham papel crucial na resposta à desastres com múltiplas vítimas, exigindo habilidades decisivas e a capacidade de priorizar cuidados de maneira eficiente. A preparação contínua é essencial devido à dinâmica variável desses eventos, incluindo mudanças ambientais, políticas e sociais. Além de cuidar dos pacientes, é necessário garantir a segurança da equipe de saúde e coordenar recursos limitados estrategicamente. A prática regular de simulações realísticas de como agir frente a desastres desenvolve competências específicas, como liderança e trabalho em equipe sob pressão. A colaboração interprofissional e o uso de sistemas de triagem e gestão de vítimas são, deveras, fundamentais para uma resposta rápida e organizada em crises complexas e imprevisíveis. Conclusão: Enfatiza-se que a necessidade urgente de investimento em educação continuada e treinamento especializado, uma vez que a enfermagem emerge como figura central na resposta a eventos catastróficos, desempenhando assim, papéis desde a triagem inicial até o gerenciamento de recursos em ambientes hospitalares e de resgate de vítimas. Por fim, os artigos apontam que a escassez de preparo formal durante a graduação e a falta de recursos humanos treinados representam desafios significativos que precisam ser superados para melhorar a eficiência e a eficácia dos atendimentos em situações de crise.